A Bosch está comemorando o centenário de sua rede de oficinas credenciadas. Da primeira loja aberta em Hamburgo, Alemanha, em 1921, hoje são cerca de 30 mil pontos para atender veículos leves e pesados em mais de 150 países.
Só a rede Bosch Car Service, dedicada a carros de passeio e comerciais leves, tem 16 mil unidades, enquanto a Bosch Diesel Service, cujo foco são os caminhões, outras 14 mil. 12%
E a operação tem aumentado seu peso nos negócios do grupo alemão. Em 2020, mesmo com a crise global gerada pela pandemia, o faturamento do segmento chegou perto de € 10 bilhões. Já se aproximou de 15% dos € 71,5 bilhões arrecadados por todas as divisões da Bosch e que recuou 8% frente a 2019.
No Brasil, onde as primeiras oficinas surgiram na década de 50 e o atual conceito Car Service e Diesel Service passou a ser desenvolvido nos primeiro ano deste século, o avanço da operação é semelhante.
Delfim Calixto, presidente de aftermarket da Bosch, enfatiza que a reposição cresceu 8% no ano passado aqui Nesse sentido, a preocupação com o distanciamento social, até ajudou os negócios.
“Quem utilizava transporte coletivo diariamente, passou a andar com o próprio carro”, justifica o executivo, que antevê novos patamares de crescimento em 2021 no Brasil e em toda a América Latina, da ordem de até 12% e 27%, respectivamente. “A demanda atual está alta e se junta à demanda reprimida do ano passado”.
Para dar conta desse momento positivo, a Bosch pretende ampliar sua atual rede local de cerca de 1,4 mil oficinas, considerando as unidades Bosch Car Service, Bosch Diesel Service, Bosch Diesel Center e Bosch Centro de Direções. A ideia é se aproximar de 1,8 mil casas anos próximos sete anos.
Boa parte desse novo contingente será de um novo braço para reparos mais simples e que demandam menos tempo, a Express Bosch Car Service. O modelo já foi adotado na Argentina e deveria ter estreado no Brasil no ano passado, cronograma postergado com o surgimento da pandemia. Já este ano devem ser abertas 20 lojas Express.
Para expansão, adequação da rede, treinamento e marketing serão consumidos cerca de R$ 40 milhões até 2028. A Bosch já se preocupa em preparar suas oficinas para a eletrificação da frota brasileira, mesmo considerando que será um processo bem mais moroso do que indentifica em outros mercados, sobretudo na Europa.
“A participação dos elétricos até 2030 será pequena. Mas antes teremos a fase dos híbridos, que precisaremos também atender”, esclarece Calixto.
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A empresa começou a investir em treinamento da mão de obra, mas a adequação das lojas para atendimento de veículos elétricos exigirá investimentos específicos dos grupos independentes e proprietários das lojas. A Bosch destaca a necessidade de áreas e ferramentas específicas em decorrência do risco de descargas elétricas durante os procedimentos.
Outro impacto da eletrificação será também no futuro perfil dos produtos vendidos ou utilizados pelas oficinas. Carros elétricos têm muito menos desgastes e componentes mecânicos. “Lá na frente, não vamos vender mais velas de ignição, mas em compensação venderemos muito mais baterias. Temos um longo processo de adaptação, mas há tempo para isso.”
Foto: Divulgação
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