Se bem antes da pandemia os veículos híbridos e elétricos já despontavam como as maiores atrações dos principais salões automotivos em todo o mundo, o que dirá de agora em diante, após quase dois anos e dos cancelamentos desses eventos em todo o mundo no ano passado?
Um bom indicativo de como essas tecnologias dominarão os salões deve ser visto já na semana quem vem. De 7 a 12 de setembro Munique, na Alemanha, abrigará pela primeira vez o IAA, antes conhecido como Salão Internacional de Frankfurt e agora, em nova cidade após sete décadas, batizado de IAA Mobility.
O salão deste ano, com o slogan “O que nos moverá a seguir”, será apenas em parte uma feira tradicional. Pesarão no evento não só os produtos e test-drives, mas muitos paineis, palestras e discussões a respeito do futuro dos deslocamentos urbanos ou não.
Por conta disso, os organizadores falam em quase 700 expositores, entre marcas de automóveis, de bicicletas, players do setor de tecnologia e fornecedores de sistemas e autopeças. Só de bicicletas, são cerca de 50 empresas. “O foco principal serão as soluções no caminho para a neutralidade climática”, diz Hildegard Müller, presidente da VDA, entidade que congrega as empresas do setor automotivo alemão.
De automóveis mesmo não mais do que duas dezenas de marcas, a maioria de produtos de nicho ou de nomes ainda quase desconhecidos no Ocidente, como Wey e Ora, pertencentes à chinesa Great Wall.
É, em boa medida, apenas a continuidade do movimento que ganhou corpo na última década e pelo qual empresas estão priorizando uma ou outra exibição e mercados para poupar recursos para ações próprias, exclusivas.
Munique, assim, não contará com diversas montadoras e marcas globais. Nem mesmo a Stellantis, dona da alemã Opel e que tem ainda outras 12 marcas francesas, americanas e italianas, estará presente.
O desfalque da Opel, entretanto, não impedirá que o IAA 2021 seja quase que integralmente dominado pelas montadoras locais. Naturalmente, os grupos BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen, os três com mais de uma marca, concentrarão a maioria das atenções e com novidades que nem são tão segredo assim, já que foram apresentadas, em detalhes ou em parte virtualmente ao longo dos últimos meses.
Em sua cidade natal, a BMW, que planeja ter metade de suas vendas de produtos elétricos até o fim desta década, vai apresentar ao público um veículo conceito que antecipa a próxima Série 7 sobre arquitetura desenvolvida para motores elétricos e também a combustão interna.
A empresa também está investindo em modelos movidos a células de combustível. Um desses projetos é o iX5 Hydrogen, outro destaque no IAA 2021.
A Mini, de origem inglesa mas também do grupo alemão, se apresentará como uma marca comprometida com princípios socioambientas. Ela já assumiu que será totalmente elétrica a partir de 2030 e o conceito Urbanaut, sua principal atração, antecipará o que essa postura poderá significar na prática.
A Mercedes-Benz exibirá, por exemplo, o Maybach elétrico EQS, além do Mercedes-Benz EQE, versão elétrica do Classe E que deve chegar às revendas já em 2022, produzido na Alemanha e também na China. A divisão esportiva AMG terá um veículo elétrico e outro híbrido plug-in.
A Volkswagen reservou para a mostra a primeira exibição física do VW ID.5 GTX, crossover cupê elétrico com perfil esportivo e que primará, afirma a montadora, pela alta conectividade.
Com dois motores que somam 305 cavalos de potência, tem tração nas quatro rodas e autonomia estimada em 497 km no ciclo WLTP.
Há expectativa que a marca exiba ainda uma novo veículo para sua atual linha elétrica, abaixo do ID3, junto com o Taigo, versão europeia do brasileiro Nivus.
Também do Grupo Volkswagen, a Audi destacará o Grandsphere, segundo de três carros-conceito que apresentará até o fim do ano. O primeiro, o Skysphere, já foi exibido nos Estados Unidos e se destaca pelo entre-eixos variável.
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O Grupo Renault é, ao lado das empresas alemãs, o conglomerado mais bem representado na mostra. A Dacia resgatará as minivans comum modelo de sete lugares, que substituirá a perua Logan MCV, enquanto a marca Renault deve monopolizar mais as ações com o elétrico Megane-e Tech e o hatch elétrico Renault 5, protótipo retrô.
Aposta importante da montadora, o Megane-e Tech, um SUV, já estará nas ruas no começo do ano que vem, concebido sobre a plataforma CMF-EV da aliança global com a Nissan.
A divisão de mobilidade do grupo, a Mobilize, terá um carro exclusivo para assinatura, o Limo, que deve chegar ao mercado em 2022. O sedã de 4,6 metros de comprimento, movido por motor elétrico de 147 cavalos, foi projetado especificamente para frotas de mobilidade e, por isso, valoriza o espaço traseiro para passageiros.
Estão asseguradas ainda as presenças da Ford, que destacará o Mustang Mach-E GT e o híbrido plug-in Kuga , além da Hyundai, com modelos movidos a hidrogênio, e da Kia, que apresentará mundialmente a versão híbrida plug-in do Sportage e o elétrico EV6.
Foto: Divulgação