A Renault anunciou a abertura de PDV no Complexo Industrial Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR. A montadora espera que 250 trabalhadores optem pelo programa de demissão voluntária para readequar o quadro de funcionários ao ritmo de produção, prejudicado nos últimos meses pela inconstância no fornecimento de componentes eletrônicos utilizados nos veículos.
Além do PDV, a montadora afirmou que não “identifica melhora do cenário global” e propôs lay-off para cerca de 300 funcionários a ser adotado nos próximos meses, a depender da necessidade. As duas medidas foram aprovadas em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba na tarde da quarta-feira, 29.
O sindicato assegura que as propostas foram construídas conjuntamente com os trabalhadores e que objetivaram a preservação dos empregos. Caso a montadora não obtenha 250 adesões ao PDV, está aberta a possibilidade de um PDI, programa de demissão involutária, para eliminação dos postos restantes.
Os funcionários que aderirem ao PDV receberão 10 salários, além das verbas rescisórias e de plano médico por 6 meses para o titular e dependentes. Os empregados como mais de 10 anos de contratação terão um salário a mais. Os que foram enquadrados no PDI, terão direito a 5 salários, além verbas rescisórias e de plano médico por 4 meses para o titular e dependentes.
O lay-off tem prazo inicial de 5 meses e 85% do salário líquido para a 1ª turma. Para as outras turmas, haverá garantia de 70% do salário líquido.
“A crise de componentes […] tem feito com que as empresas percam a competividade. Os trabalhadores novamente precisam ‘investir’ para garantir emprego’, concedendo INPC em troca de abono, aceitando um PDV e redução de jornada para deixar a empresa mais competitiva. São os trabalhadores que estão buscando as soluções. Os governos que aí estão não estão fazendo nada”, enfatizou Sérgio Butka, presidente da entidade.
Ainda para a ptretensa adequação das atividades da montadora ao atual quadro do mercado e da indústria, os trabalhadores também aprovaram utilização da redução de jornada já prevista em acordo, mantendo até 18 dias por ano e no máximo o desconto de 3 dias por mês, e pagamento de abono de R$ 3,5 mil em 8 de outubro, “com o objetivo de amenizar as perdas do período”.
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