No evento de anúncio de novo investimento de R$ 7 bilhões na América Latina, o presidente e CEO da Volkswagen na região, Pablo Di Si, não escondeu o seu entusiamo pelos estudos já em curso no Brasil para disseminação de tecnologias brasileiras, em especial os biocombustíveis, com foco principalmente no etanol.
“Estamos pensando em como levar o híbrido flex para o mundo, como exportar jaboticaba. O carro elétrico faz parte da nossa estratégia para a região, mas é só uma parte, até porque aqui vai demorar mais para essa tecnologia se disseminar. No curto prazo temos muito a fazer envolvendo o uso de biocombustíveis”, destacou o executivo, usando, por mais de uma vez, a expressão “jaboticaba for export” ao falar do etanol.
Dentre os projetos envolvidos no novo ciclo de investimento, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Biocombustíveis inaugurado pela Volkswagen este ano no Brasil é uma das prioridades. “Somos a única empresa com um empreendimento do gênero”, comentou Di Si ao ser questionado sobre a razão de a marca ainda não ter lançado modelos híbridos flex no Brasil.
Com isso, ele mostrou que os planos da empresa são bem ambiciosos, incluindo inclusive o desenvolvimento e lançamento de modelos híbrido flex neste novo aporte anunciado agora. Só que em um contexto que permita seu uso não apenas no Brasil, mas também em outras localidades. “Em outros países pode se utilizar, por exemplo, gasolina”, lembrou.
Ao enfatizar que antes de pensar no médio e longo prazos é preciso pensar no curto prazo, Di Si comentou que há muito a fazer a partir do uso do biogás, do etanol e outros biocombustíveis. “Um dos nossos pilares ainda é um sonho. É transformar o etanol em célula de combustível. Fizemos parceria com a Unicamp para encaminhar estudos nesse sentido e estamos abertos a novas descobertas, e realmente investir no etanol”.
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Na avaliação da Volkswagen, os biocombustíveis, com um balanço positivo de CO2, podem ser uma ponte para a era da eletricidade especialmente nas regiões onde as viagens envolvem grandes distâncias, onde redes de recarga não são bem distribuídas e os níveis de suprimento de energia verde são baixos. Ou seja, exatamente o que acontece hoje no Brasil e em outros países da região.
O CEO da VW América Latina lembrou, ainda, que tanto a frota como a empresa devem tornar-se neutras em carbono até 2050. O caminho para atingir esse objetivo — o WayToZero — é um elemento central da estratégia Accelerate.
“Com o WayToZero, nos comprometemos a oferecer uma mobilidade sustentável para todos. O bioetanol é um significativo complemento regional à nossa estratégia elétrica, porque reduz as emissões de carbono em até 90% comparado à gasolina. É um excelente exemplo de ‘pense globalmente, aja localmente'”, finalizou Di Si.
Fotos: Pixabay/VW
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