A montadora chinesa BYD não esconde que identifica no Brasil e na América Latina potenciais grandes mercados para seus veículos elétricos, cuja produção mundial acumulada chegará a 1,5 milhão de unidades e que a garante como a segunda maior fabricante mundial.
O diretor de marketing Adalberto Maluf, porém, assegura que a montagem local de automóveis está, sim, nos planos e que ela será encaminhada à medida que o mercado demandar e políticas públicas e tributárias indicarem o caminho para isso. “Não viemos aqui para ser uma marca de nicho apenas”, afirma.
Não é difícil imaginar que algum nível de montagem local possa ser adotado rapidamente, independente de outros fatores favoráveis. Talvez em mais dois anos, é possível arriscar.
Isso porque Tyler, Li, presidente da operação BYD daqui, antecipou durante a apresentação do Tan nesta segunda-feira, 29, em Tuiuti, SP, que pretende iniciar a montagem de baterias Blade, as que equipam o SUV e demais modelos da empresa, no segundo semestre de 2022 em Manaus, AM.
A empresa fabrica hoje em Manaus, unidade que consumiu investimento de R$ 35 milhões, somente baterias para os ônibus elétricos que produz em Campinas, SP. Naturalmente, a limitada capacidade produtiva da planta – em cinco anos a BYD montou 150 ônibus no País – será ampliada.
Para quanto? Mais uma vez, a empresa prefere manter o número reservado entre quatro paredes no aguardo de sinalização do mercado. Mas é pouco provável que a BYD leve em consideração somente o potencial de vendas de seus veículos para definir qual o tamanho do investimento que fará.
Ser fornecedora das Blade para outras montadoras não seria um despropósito, até porque apenas replicaria estratégia global da BYD, que, com discrição, já tem suas baterias em veículos da concorrência.
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Outra investida da BYD no ano que vem está reservada para o segmento de transporte. Depois da experiência de vender 50 caminhões elétricos no País, especialmente, para empresas de limpeza pública, a marca ampliará a oferta de caminhões. Maluf antecipa que no transcorrer do segundo semestre desembarcarão no País modelos leves e até pesados.
A infraestrutura de atendimento pós-vendas desses veículos será constituída a partir de parcerias, como a que foi estabelecida com a Bosch Services para atender os caminhões da marca em circulação em várias localidades.
Fotos: Divulgação
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