A BYD está agora “totalmente on” no Brasil. A fabricante chinesa, que monta ônibus elétricos em Campinas, SP, desde 2015 e no ano passado inaugurou linha de montagem de baterias em Manaus, AM, decidiu colocar o pé no acelerador das importações de seus automóveis de passeio.
O primeiro deles é o SUV elétrico de sete lugares Tan, cuja pré-venda começará em janeiro, mas que já pode ser conhecido em hotsite (www.bydtan.com.br) da marca a partir desta segunda-feira, 29.
O Tan será, na verdade, uma espécie de cartão de visitas desta que está sendo considerada por Tyler Li, presidente da operação brasileira, a segunda e mais importante etapa da empresa no País. Até hoje, carros da BYD no Brasil estiveram limitados a poucas unidades vendidas, todas para empresas e órgãos públicos, a maioria vans de trabalho.
Para o consumidor final, entretanto, estarão reservadas novidades infinitamente mais interessantes em 2022. Henrique Antunes, diretor de vendas, reafirma o lançamento no segundo trimestre do Han, sedã esportivo e, para um público muito maior, modelos híbridos plug-in no segundo semestre.
Se em cinco anos foram negociou perto de 250 automóveis, no ano que vem a BYD espera pelo menos o dobro desse número. “Em um cálculo conservador”, admite Antunes, que não antecipa ainda quais serão os plug-ins escolhidos para o mercado interno e que, assim como os demais elétricos, serão trazidos da matriz em Shenzhen.
Para atingir esse patamar de vendas, a BYD espera poder contar, até o fim de 2022, com pelo menos 35 concessionárias plenas – ou seja, instalações que contam com showrooms, oficinas e outros serviços – nos maiores mercados regiões.
A primeira delas será em São Paulo, pertencente à Eurobike, grupo conhecido por representar marcas premium, como BMW, Jaguar, Audi e Porsche. Segundo Adalberto Maluf, diretor de Marketing da BYD, será instalada em uma das mais conhecidas ruas de vendas de marcas de luxo.
O primeiro representante e seu futuro endereço denunciam o público-alvo que a marca perseguirá inicialmente com o Tan. De fato, em termos de tecnologia e conteúdos de série, o SUV não deixa nada a desejar aos elétricos dessas marcas, como o Audi E-Tron, Mercedes-Benz EQC400 ou o Volvo XC90, para ficar em uma lista reduzida.
A lista é para lá de extensa, com todos os recursos de assistência à direção, como piloto automático adaptativo combinado com manutenção e correção em faixa de rolagem, leitor de placas, sensores de movimento traseiro transversal, seis câmeras, gravação interna e externa de imagens, além de frenagem automática e comutação automática do farol alto.
Por dentro, requinte nos acabamentos com revestimentos em Alcântara e couro no painel, portas e bancos, ajustes elétricos e ventilação dos bancos. Destaque para o quadro de instrumentos configurável e especialmente para o enorme multimídia com tela de 15,6 polegadas giratória: um botão no volante permite escolher entre a posição horizontal e vertical.
Antunes não adianta o preço do Tan, que será revelado somente em janeiro. Admite, porém, que se situará entre R$ 400 mil a R$ 500 mil um Volvo XC90 – sai por R$ 560 mil e o MB EQC R$ 630 mil. Por essa faixa de preço, calcula o executivo, o Tan poderá concorrer até mesmo como versões topo do Toyota SW4 (R$ 420 mil) ou Chevrolet Trailblazer (R$ 380 mil).
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Já estão encomendadas 200 unidades para o primeiro lote de importação de uma única versão, a Full Spec, que tem tração integral e dois motores elétricos que, combinados, desenvolvem 517 cavalos. O pode desse conjunto permite que o SUV de 2,5 toneladas acelere de 0 a 100 em 4,5 segundos.
O Tan, segundo a montadora, pode percorrer até 437 quilômetros no circuito combinado cidade-estrada. As baterias são do tipo Blade, estreitas, de fabricação da própria BYD. Recarregá-las integralmente pode levar 1h30 em um carregador DC ou até 15 horas com um plug AC residencial.
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