Com problemas de produção, setor crescerá pouco com relação a 2020
O desempenho de novembro fez com a Anfavea ratificasse nesta segunda-feira, 6, sua última projeção de exportações para 2021, divulgada em outubro. A entidade que reúne as montadoras acredita que o setor pode contabilizar algo entre 356 mil a 377 mil veículos embarcados após o encerramento de dezembro — prevalecendo o maior número, um avanço de 16% sobre 2020.
Em novembro, seguiram para outros mercados 28 mil unidades montadas, 6% a menos do que no mês anterior e 36% abaixo de novembro de 2020. No acumulado de onze meses, os embarques chegaram a 334,8 mil veículos, 17% acima de igual período do ano passado.
É certo que, mesmo confirmada a expectativa mais otimista, a indústria automobilística brasileira estará longe de seus melhores dias nas exportações. Desconsiderado 2020, quando a pandemia interrompeu o fluxo do comércio internacional durante semanas e até meses, as exportações de 2021 superarão somente as de 2014 (334 mil) na última década. A curva é descendente desde 2017, quando 766 mil veículos foram exportados, caíram para 629 mil em 2018 e 433 mil em 2019.
Em julho, quando a crise no fornecimento de insumos e especialmente de semicondutores ainda não afetara de forma tão evidente as linhas de montagem, a Anfavea até revira suas projeções para cima no caso das exportações. Dos 353 mil veículos que estimou em janeiro, passou a acreditar em 389 mil, número que agora reconhece não ser possível, ainda que alguns mercados, como Chile e Colômbia, estejam demandando produtos.
Faltam, na verdade, veículos para suprir tanto as vendas internas como as exportações. “Nunca vimos, ao longo da série histórica da Anfavea, um crise de oferta tão grande”, justifica Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade.
O segmento de automóveis é o mais prejudicado. Contra 365 mil unidades que estimou em julho, crescimento de 19%, a Anfavea reviu seus cálculos para 331 mil ou no máximo 351 mil unidades, avanço de 8% a 14%, respectivamente.
Ao contrário, os veículos pesados, caminhões em particular, são a surpresa positiva. Em janeiro a Anfavea acreditava em 20 mil unidades embarcadas, passou para 24 mil em julho e, indica o ritmo médio dos últimos meses, deve superar 25 mil ou até 26 mil, resultado que asseguraria um pulo de 50% sobre o ano passado e as 20,6 mil unidades exportadas em 2019.
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