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Produção de veículos reage, mas é o pior novembro em seis anos

Montadoras deixam de produzir 300 mil unidades ao longo de 2021 por casa da falta de semicondutores

Apesar da retomada da maioria das fábricas instaladas no País, a produção de veículos ainda está aquém do necessário para abastecer adequadamente a demanda interna e as exportações. Ao divulgar o balanço do setor nesta segunda-feira,6, a Anfavea reafirmou a perda de 300 mil unidades ao longo deste por causa da falta de semicondutores e outros componentes, incluindo pneus.

Com 206 mil unidades fabricadas em novembro, o setor até mostrou alguma reação nesta reta final do ano ao registrar crescimento de 15,1% em relação a outubro (179 mil unidades). Mas o resultado é 13,5% inferior ao do mesmo mês de 2020 (238,2 mil) e o pior para o mês desde 2015, quando o mercado brasileiro estava em recessão.

No acumulado do ano foram produzidos 2.037.700 veículos, uma alta de 12,9% sobre total de 1.804.800 do mesmo período de 2020. Não fossem os problemas de desabastecimento de peças a indústria brasileira poderia já ter superado produção de 2,3 milhões de veículos.

As vendas no mercado interno cresceram 6,5% na passagem mensal, para 173 mil veículos, mas o recuo no comparativo interanual chega a 23,1%. “Foi o pior novembro em número de emplacamentos desde 2005, ou seja, o mais baixo em 16 anos”, destacou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao divulgar o balanço do setor nesta segunda-feira, 6.

As exportações limitaram-se a 28 mil unidades em novembro, queda de 6% em relação ao mês anterior e de 36,3% sobre novembro do ano passado. Moraes voltou a informar que, em função da crise de abastecimentos dos semicondutores, já muitos veículos incompletos nos pátios das fábricas.

“Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, informou o exectutivo, revelando ainda que os estoques foram levemente elevados, passando de 93,5 mil para 103,8 mil unidades nos pátios das montadoras e concessionárias, ou de 16 para 18 dias.

A Anfavea também voltou a ressalta a diferença de desempenho de mercado dos veículos de passageiros e comerciais em geral.  No acumulado do ano, caminhões cresceram 46,3%, picapes 28,4% e furgões 27,8%, quando comparados aos volumes dos primeiros 11 meses de 2020. Já a venda de automóveis recuou 1,3%, enquanto os negócios com vans cresceram 1,6% e com ônibus apenas 0,7%.

“Dentro do universo de automóveis, vale uma ressalva para a evolução de vendas dos SUVs, que cresceram 30% sobre o ano passado e em novembro representaram impressionantes 45,5% do total de carros de passeio”, complementou Moraes.

O executivo diz que as incetezas com relação a 2022 ainda são grandes, visto que a perspectiva é de continuidade dos problemas com os semicondutores até o segundo semestre. Além disso, também preocupa o atual quadro econômico do Brasil, com desemprego ainda elevado e inflação e juros em alta. Como falta produtos no mercado, fica difícil dizer se a demanda vai se manter aquecido ou se haverá retração por conta dos problemas macro-econômicos.


Foto: Divulgação/Toyota

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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