Para Roberto Cortes, porém, nunca foi tão desafiador projetar o que virá no futuro próximo
O ano que vem ainda se mostra impreciso para as fabricantes de caminhões e ônibus, embora a continuidade do crescimento reserve a maior aposta. Estimativas de volumes ou índices, por enquanto, são incógnitas. Ao menos é assim para Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
“A projeção para o ano que vem é mais desafiadora que já experimentei. Ainda requer tempo para entender. A tendência é de que o mercado vai continuar em crescimento, mas seguiremos em um ambiente difícil.”
Nos pratos da balança do executivo há fatores determinantes capazes de manter o desempenho positivo, mas também outros que embaralham o cenário.
De um lado, pesam a melhora da pandemia com o avanço da vacinação; a estimativa de recuperação da economia, ainda que modesta; a força do agronegócio; os crescimentos da distribuição de carga e das exportações; a volta das entregas de ônibus para o Caminho da Escola; as novas formas de venda com o leasing e a locação; a necessidade de renovação frota; e a possível antecipação de compra com mudança da legislação ambiental que se avizinha.
Por outro, a sinalização do aumento de juros deverá inibir compras ao gerar custos financeiros maiores; a escalada da inflação reduzirá tanto o consumo quanto pressionará repasses de preço ao veículo; o desabastecimento de componentes ainda deverá estar em cena; as eleições possivelmente provocarão hesitações no setor de transporte; e, por fim, a pandemia não acabou, com possibilidade de novas ondas.
Independentemente do que vem pela frente, no entanto, Cortes garante que a VWCO está preparada. Desde o início da pandemia, a fabricante de Resende (RJ) contratou em torno de 1 mil trabalhadores, dos quais 550 somente em 2021. Com isso, o quadro de funcionários na fábrica aumentou em 25%, superando 5 mil empregados.
De acordo com Cortes, o reforço na mão de obra atende ao aumento nas atividades produtivas de Resende, como a chegada da linha Meteor e o início da produção do e-Delivery, bem como de manter o ritmo para a demanda do mercado em novo processo. “Hoje, devido à necessidade de distanciamento, para o mesmo volume de um turno, precisamos de dois.”
A empresa também iniciou esse ano mais um ciclo de R$ 2 bilhões que se estende até 2025. “Vamos avançar em novos acionamentos, conectividade, digitalização e, em especial, no processo de internacionalização da marca, que requer o produto certo para cada mercado.”
No caso, Cortes adianta o movimento da empresa para iniciar testes com o e-Delivery em mercados internacionais da marca, ou seja, países da América do Sul, África do Sul e México. “Começamos a enviar as primeiras unidades para analisar as especificidades de cada mercado. Mas ainda temos o Brasil como prioritário para o modelo”, conta o executivo, adiantando que estima vendas de 600 a 1 mil unidades do caminhão elétrico em 2021.
Em outra ação para os mercados externos, a VWCO terá presença na Ásia. Acerto com o importador MACC colocará oferta de caminhões e ônibus da marca no mercado das Filipinas. O negócio terá oito pontos de atendimento no país e oferta de 10 modelos, dentre os quais caminhões das linhas Delivery e Constellation, além de chassis Volksbus que, no caso, serão montados pela empresa local.
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Foto: VWCO/Divulgação
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