Plataformas comuns estarão em mais de 80% dos modelos das três marcas até 2026
A corrida para estar à frente da produção e mercados globais de veículos elétricos ganha mais velocidade dia após dia entre as montadoras. Se na última terça-feira a GM detalhou robustos investimentos em fábricas de elétricos e baterias nos Estados Unidos, nesta quinta-feira, 27, foi a vez da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi anunciar € 23 bilhões para o desenvolvimento de produtos e serviços de mobilidade conectados nos próximos cinco anos.
Em evento online, Jean-Dominique Senard, presidente da aliança global, ao lado dos líderes de cada uma das montadoras, informou que as parceiras lançarão 35 modelos sobre cinco plataformas até 2030. “As três empresas definiram um roteiro comum, compartilhando investimentos em projetos de eletrificação e conectividade. São investimentos maciços que nenhuma das três empresas poderia fazer sozinha”, disse Senard.
Do novo roteiro rumo à eletrificação consta especialmente o maior uso comum de plataformas, que passará dos atuais 60% para 80% dos 90 modelos combinados das marcas até 2026.
Serão cinco arquiteturas: CMF-AEV, a mais acessível, base para, por exemplo, o futuro Kwid elétrico, KEI-EV, para ultracompactos, LCV-EV, dedicada a veículos comerciais leves, CMF-EV, a primeira a chegar nas próximas semanas sob os Nissan Ariya EV e Renault Megane E-Tech Electric, e a compacta CMF-BEV.
Só sobre a CMF-EV serão apresentados nos próximos oito anos 15 modelos, ao ritmo de 1,5 milhão de unidades produzidas anualmente. Já a CMF-BEV, que será lançada em 2024, servirá a 250 mil veículos anuais das marcas Renault, Alpine e Nissan, como o Renault R5 e o substituto Nissan Micra.
A Aliança considera a CMF-BEV, que terá autonomia da ordem de 400 km, como a plataforma mais competitiva do mundo. Com relação ao projeto do atual Renault Zoe, calculam as empresas parceiras, seu custo foi reduzido em 33% e o consumo de energia caiu em mais de 10%.
Baterias de estado sólido
Outra frente de atuação do grupo nos próximos anos será no vital desenvolvimento da capacidade de produção de baterias para veículos elétricos, que deve chegar 220 gigawatts-hora até 2030 em todo o mundo. Com empresas parceiras, a Aliança objetiva alcançar escala que permita redução dos custos da bateria em 50% em 2026 e 65% até 2028.
A Nissan liderará o desenvolvimento de baterias de estado sólido que serão utilizadas também em veículos das outras duas montadoras. As ASSB, como são conhecidas, terão o dobro da densidade de energia em relação às baterias de íons de lítio líquidas atuais. O tempo de carregamento também será reduzido para um terço, assegura as fabricantes.
“O objetivo é produzir ASSB em massa até meados de 2028 e, no futuro, chegar à paridade de custos com os veículos a combustão interna, reduzindo ainda mais os custos para € 65 por kWh e acelerando a mudança global para os veículos elétricos.”
Conectividade e condução autônoma são outros pilares do novo plano de investimentos. Até 2026, a Aliança espera ter 25 milhões de veículos conectados ao Alliance Cloud, oito vezes mais do que atualmente, e mais de 10 milhões de 45 modelos equipados com sistemas de direção autônoma.
Foto: Divulgação
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