Montadora chinesa fabricará apenas híbridos e elétricos em Iracemápolis. Capacidade instalada será de 100 mil unidades anuais.
Depois de um longo namoro e muitas sondagens de mercado, a Great Wall Motors oficializou nesta quinta-feira, 27, sua chegada ao Brasil com evento na fábrica de Iracemápolis, SP. Porém, a planta, adquirida no ano passado da Mercedes-Benz, entrará em operação somente a partir de 2023 para produção de automóveis e comerciais leves exclusivamente elétricos e híbridos.
Maior fabricante privada de veículos chinesa, a GWM confirmou que investirá R$ 10 bilhões na operação brasileira, sendo R$ 4 bilhões até 2025 e outros R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032. Em um primeiro momento, a empresa pretende contratar 2 mil funcionários.
Inaugurada em 2016 pra produzir o SUV Mercedes-Benz GLA e com operações em encerradas em dezembro de 2020, a fábrica será readequada até o fim de 2022 para fabricar até 100 mil veículos por ano.
A GWM Brasil será, assim, a maior operação produtiva das quatro que a montadora terá fora da China.
Koma Li, presidente da subsidiária, afirma que o braço brasileiro desempenhará papel relevante no desafio da empresa para quadruplicar até 2025 a atual produção global de 1 milhão de unidades.
Para isso, Iracemápolis será responsável por abastecer não só o mercado interno, mas também exportará para outros países da América Latina.
“O Brasil é definitivamente nosso pilar estratégico para nossa meta de 2025”, afirmou.
Mesmo antes de a GWM ligar a linha de montagem no interior paulista, os consumidores brasileiros já poderão comprar, importados, modelos das três marcas da empresa que terão representantes nacionais: Haval (SUVs), Tank (SUVs off-road) e Poer (picapes). Mas não serão, rigorosamente, os mesmos veículos que ganharão passaporte nacional a partir do ano que vem e que, diz a GWM, pertencerão às novas gerações.
Até 2025 serão lançados, entre nacionais e importados, 10 veículos no mercado interno. O primeiro deles, trazido da China e previsto para o último trimestre de 2022. O primeiro nacional chegará às ruas somente no segundo semestre do ano que vem. Uma quarta marca, a Ora, será apresentada em um segundo momento e deverá ser a primeira de carros 100% elétricos no Brasil.
A GWM diz que a opção por ter aqui apenas utilitários esportivos e picapes se deve à própria demanda do mercado local e à cultura produtiva da empresa. Na China, seu modelo Haval H6 é líder de vendas entre os utilitários esportivos médios há mais de uma década, e as picapes da empresa dominam mais da metade das vendas do segmento há 24 anos consecutivos.
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Aqui serão oferecidos veículos com motores híbridos de 230 cv a 430 cv de potência e 410 Nm a 762 Nm de torque. A empresa, porém, admite que já está iniciando parcerias para estudos de uso de etanol como fonte de geração de hidrogênio para veículos com célula de combustível.
Todos os seus veículos que sairão de Iracemápolis, assegura a GWM, terão, de série, recursos de conectividade, sistemas semiautônomos de segurança Nível 2 de série, comando por voz para controlar várias funções, como fechar vidros ou abrir o teto solar. As atualizações de softwares e sistemas eletrônicos poderão ser feitas à distância, pela tecnologia Over The Air (OTA).
A GWM foi fundada em 1984 e hoje conta com 70 mil funcionários e 10 centros de pesquisas e desenvolvimento em sete países. Nessas quase quatro décadas vendeu 5 milhões de SUVs e 2 milhões de picapes globalmente — só no ano passado, foram 1,28 milhão de unidades, 15,2% a mais do que em 2020. O atual ciclo de investimento mundial prevê US$ 15 bilhões para pesquisa e desenvolvimento em 5 anos.
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