Desde 2005 o mercado de veículos leves não atingia nível tão baixo em janeiro como o registrado neste primeiro mês de 2022. Foram emplacados apenas 117,3 mil automóveis e comerciais leves, um tombo de 39,4% em relação às vendas de dezembro, com mais de 193,5 mil unidades, e de quase 30% no comparativo com o mesmo mês do ano passado (162,6 mil).
Apenas na quarta-feira, 2, a Fenabrave divulgará o balanço oficial do setor, com dados dos pesados e possível análise do que está acontecendo neste início de ano. Fontes do mercado, no entanto, avaliam vários fatores que podem ter contribuído para essa total desaceleração dos negócios em janeiro.
Dentre eles, a fato de dezembro ter sido um mês relativamente bom em vendas, com maior oferta das montadoras e ações de varejo para ampliar negócios. Com isso, os estoques foram reduzidos, situação agravada com as férias coletivas concedidas pela maioria das montadoras, com algumas, como a Volkswagen e a General Motors, só voltando em meados de janeiro.
Mas também pesa nesse contexto todo a disseminação da variante ômicrom da Covid-19, com aumento do absenteísmo na indústria e consequente redução da produção. Avalia-se, inclusive, que o aumento dos casos dos contaminados, dos que conviveram com alguém com Covid e o receio de pegar o vírus podem ter afetado o movimento nas lojas.
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Enfim, são vários fatores a serem considerados e também não se pode descartar que a retração tenha a ver com o momento econômico, marcado pela alta da inflação e também das taxas de juros e da inadimplência. Esse risco foi abordado no início de janeiro, por ocasião da divulgação do balanço de 2021 e das projeções para este ano, tanto pelos executivos da Fenabrave como da Anfavea.
Certo é que 2022 começou com o pior desempenho dos últimos 17 anos – as vendas em janeiro de 2015 somaram 106,6 mil unidades – e o ano continua sendo uma incógnita diante das inúmeras variantes existentes, incluindo o fato de ser um ano eleitoral.
Foto: Pixabay
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