Se a escassez de semicondutores já se mostrava como uma intensa dor de cabeça para a indústria automotiva, a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia, por efeito cascata, aprofundou a crise, com embarques, produção e negócios suspensos.
Informações de agências internacionais revelam que ritmo de produção de veículos na Europa recua à medida que fluxo de chicotes também declina. Isso porque fornecedores do componente para Volkswagen, BMW e Porsche estão localizados no oeste da Ucrânia e, por óbvio, com as atividades suspensas.
Em território russo, a Toyota decidiu interromper produção em sua fábrica de São Petersburgo, como também deixou de embarcar veículos para o país. A marca é a principal de origem japonesa na Rússia, onde produz em torno de 80 mil unidades/ano, além de empregar 2 mil pessoas. Também a Renault, por dificuldades de transportar componentes dentro e fora da Rússia, fechou temporariamente sua fábrica em Moscou.
A Honda deixou de exportar automóveis e motocicletas, bem como a Ford suspendeu operações com a Sollers. Ainda engrossam o bloco de empresas globais que optaram por congelar negócios após a invasão da Rússia, a Volvo, a General Motors e a Damiler Truck.
No caso da fabricante de caminhões, a parceria que tem com a Kamaz foi imediatamente interrompida até um novo posicionamento. “A decisão será revista regularmente. E a Daimler Truck seguirá todas as medidas do governo alemão e da União Europeia”, diz comunicado da montadora.
Riscos de sanções motivaram Jaguar Land Rover e Aston Martin a interromper as exportações para a Rússia, mesma justificativa foi utilizada pela Volvo Cars que, em nota, mencionou possíveis impactos de penalidades financeiras do Ocidente, devido aos “riscos potenciais associados ao comércio de material com a Rússia, incluindo sanções importas pela UE e pelos EUA.
A Stellantis, por sua vez, criou forças-tarefas para lidar com os efeitos do conflito na cadeia. Uma delas monitora as sanções impostas pelos Estados Unidos e aliados para entender como cumprirá. Outra cuida de 71 funcionários baseados Ucrânia que, até mais recente atualização, estavam bem e seguros. Na quarta-feira, 2, por meio de sua fundação, a Stellantis ainda destinou € 1 milhão para ONG parceira apoiar civis e refugiados ucranianos.
Foto: VW/Divulgação