Após queda de 24,4% nas vendas de veículos no primeiro bimestre, Anfavea aposta que IPI menor reaquece mercado em março
O problema da falta de semicondutores persiste e ainda afeta a produção e, consequentemente, a oferta da indústria automobilítica. Mas, em paralelo, o mercado que vinha aquecido até o final de 2021, desacelerou no primeiro bimestre, com queda de 24,4% sobre idêntico período do ano passado e aumento dos estoques nas concessionárias.
Dentre os fatores inibidores do mercado, a Anfavea destaca a alta nas taxas de juros. Tanto é que as compras à vista, que há um ano respondiam por 51% os negócios totais no segmento de automóveis e comerciais leves, atingiram participação de 63% no mês passado, conforme revela o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
“É um indicador claro de que o consumidor está evitando o financiamento e dando preferência a quitar o valor restante à vista na troca do veículo”, comenta o executivo. De positivo no momento a redução do IPI incidente sobre os veículos, anunciada pelo governo no último dia 25. Na avaliação de Moraes, as notícias sobre essa possível queda das alíquotas “fizeram com que muitos clientes adiassem a concretização do negócio”.
Agora, com a concretização do IPI menor, as perspectivas para março melhoram. “Esperamos uma boa reação do mercado em março, um mês mais longo, sem feriados, com vários modelos com preços reduzidos nas lojas e historicamente mais aquecido que janeiro e fevereiro”.
Os números deste início de mês já indicam uma recuperação. “Como teve o Carnaval, tivemos um bom movimento nos dias seguintes. Ainda não dá para prever o mês, mas a média diária de vendas está um pouco acima de 8 mil unidades agora em março, ante a de 6,5 mil em fevereiro e de apenas 6 mil em janeiro”.
Com relação à alta dos estoques nas fábricas e nas redes de concessionárias de 114,4 mil veículos em janeiro para 120,1 mil no fim de fevereiro, o presidente da Anfavea considera uma elevação pequena, mesmo considerando que no final do ano passada esse volume estava ainda mais baixo, entre 85 mil e 100 mil unidades.
“Ainda não temos como avaliar em que ritmo o mercado vai reagir ou mesmo se as questões econômicas vão impedir uma recuperação”, comenta Moraes.
As vendas internas no primeiro bimestre limitaram-se a 256 mil emplacamentos, 24,4% a menos do que nos dois primeiros meses do ano passado (339 mil). As vendas em fevereiro totalizaram 129,3 mil unidades, 2,2% a mais que em janeiro e 22,8% a menos que no mesmo mês de 2021.
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