A Citroën vendeu 4.266 veículos no primeiro bimestre de 2022, equivalentes a 1,8% de participação, aponta a Fenabrave. Seja o número absoluto ou a penetração de mercado, é um resultado que surpreende positivamente também pelo fato de a marca dispor nas concessionárias de somente um carro de passeio, o SUV Cactus, e dos segmentados utilitários Jumpy e Jumper.
O crescimento dos emplacamentos de nada menos do que 161% diante de igual período do ano passado indica, sobretudo, que a marca, mesmo com essa diminuta linha de produtos, vem obtendo sucesso na reversão da curva descendente que começou a ser traçada depois de 2012.
Naquele ano, a Citroën deteve 2,6% dos licenciamentos de automóveis e comerciais leves, seu melhor resultado desde que começou a produzir no País, em 2001. Porém, a partir daí e ano após ano, essa fatia diminuiu seguidamente, até chegar a marginais 0,8% em 2019 e 0,7% em 2020, último ano antes da fusão da PSA com FCA e que resultou na criação da Stellantis.
A nova gestão de um grupo que reúne 14 marcas em todo o mundo e prioriza compartilhamento de plataformas, motores, tecnologia e, a depender do mercado, até estratégias comerciais, parece ter acertado a mão nas primeiras medidas, a julgar já pelos licenciamentos da Citroën também em 2021 e que chegaram a 1,2% do mercado interno.
A marca francesa, assim, tem trilhado caminho seguro e até mais rapidamente para o cumprimento dos objetivos traçados inicialmente pela Stellantis. Em maio do ano passado, Antonio Filosa, CEO na Stellantis para a América Latina, projetou que, em dois anos, Citroën e Peugeot, as duas marcas originárias da então PSA, deveriam alcançar participação similar à que detinham uma década atrás.
Em 2011, por exemplo, a dupla somou 5,1% dos licenciamentos. No primeiro bimestre de 2022, ou seja, apenas nove meses depois da projeção de Filosa, já atingiram 4,6%! A parcela de 1,8% foi alcançada pela Citroën pela última vez em 2013, quando ainda oferecia aos clientes quatro automóveis de passeio — C3, C4 Pallas, C3 Picasso e Aircross —, além do Jumper.
Repetir os 2,6% de uma década atrás, assim, é bem provável ainda em 2022. Até porque, já nas próximas semanas, a marca ganhará o reforço da nova geração do C3 produzida em Porto Real, RJ. Agora com um perfil “mais SUV” e também pela faixa de mercado que disputará, o modelo é candidato natural a líder de vendas da Citroën.
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Na verdade, a marca objetiva bem mais do que repetir seu melhor ano aqui. Pela estratégia “Citroën 4 All”, pretende atingir 4% de penetração no Brasil — chegar a 7% na Argentina, o dobro da atual, superar 3% no Chile, além de crescer substancialmente em todos os demais países. Para isso, tem na planilha os lançamentos do C3 e de outros dois produtos até 2024, também produzidos na América do Sul para os segmentos B e C.
O C3 já poderia até estar sendo vendido não fosse a crise de oferta de componentes que afetou as linhas de montagem desde o ano passado e, admita a Stellantis ou não, forçou a retirada de pé no acelerador da produção. Tanto que há meses vem sendo exaustivamente exibido e conta até com site específico para que clientes manifestem interesse na compra ou esclareçam dúvidas sobre o produto.
Foto: Divulgação
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