Embargo judicial de resultado de leilão do programa Caminho da Escola coloca em suspense o principal meio de sustentação do segmento dos últimos anos
O mercado de transporte rodoviário de passageiros segue com sinais de recuperação desde o fim do ano passado após a dura prova ao longo da pandemia. No balanço consolidado pela Fenabrave, apresentado na terça-feira, 5, os emplacamentos de março somaram 1,7 mil ônibus, volume 51,3% superior ao de fevereiro, com 1,1 mil unidades.
Na comparação com março do ano passado, quando os emplacamentos registraram 1,5 mil ônibus, a alta supera os 18%. Com o resultado parcial de março, o primeiro trimestre encerra com pequena expansão de 1,7%, com 4,3 mil unidades licenciadas ante 4,2 mil emplacadas um ano antes.
Embora os indicativos da retomada encaminhem perspectivas positivas para o ano – a Fenabrave projeta crescimento de 8% nas vendas de ônibus -, a semana começou turbulenta para o segmento.
Suspeita de valores superfaturados para compra de ônibus pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), gestor do Caminho da Escola, fez o Tribunal de Conta da União (TCU) embargar os resultados do pregão até que a justiça chegue a uma conclusão da investigação.
De acordo com reportagem do Estadão, edital do pregão estabelecia preço máximo de R$ 2.045 bilhões para compra de 3.850 ônibus escolares. Baseadas em leilão do ano passado, equipes técnicas da Controladoria-Geral da União (CGU), como também do FNDE, avaliaram um sobrepreço de até R$ 732 milhões.
Para assegurar o pregão, no entanto, FNDE recuou reduziu o preço máximo para R$ 1,5 bilhão, valor mais próximo e que corresponde a uma atualização de preço estabelecido no certame anterior, de R$ 1,3 bilhão. O resultado do leilão, no entanto, segue embargado.
Ao longo da pandemia, os ônibus destinados ao Caminho da Escola foram os principais produtos para manter as entregas e as linhas de produção em atividade para o segmento de transporte de passageiros, chegando a representar em alguns momentos em torno 25% das vendas.
Procurada por AutoIndústria, a Anfavea preferiu não se manifestar a respeito, ao menos até sexta-feira, 8, quando a associação apresentará à imprensa especializada desempenho do setor automotivo de março e do primeiro trimestre.
Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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