Reação sobre fevereiro não impediu uma queda de 17% no primeiro trimestre
A melhoria dos indicadores de março com relação à fevereiro não foi suficiente para reverter o quadro negativo que vem marcando o desempenho da indústria automotiva neste início de 2022. Com a produção de 184,8 mil unidades em março. saíram das linhas de montagem no acumulado do primeiro trimestre total de 496,1 mil unidades, queda de 17% em relação às 597,8 mil do mesmo período de 2021.
Divulgados pela Anfavea nesta sexta-feira, 8, os dados mostram que o setor teve em 2022 o pior março em produção dos últimos 19 anos anos e o pior primeiro trimestre desde 2004, ou seja, em 18 anos.
O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraaes, diz que a queda decorre principalmente da crise global de semicondutores, que afeta muito mais o setor atualmente do que há um ano. O balanço de março indica alta na produção de 11,4% sobre fevereiro, reflexo do maior número de dias úteis no mês passado, e recuo de 7,8% sobre o mesmo mês do ano passado.
Com relação ao trimestre, o presidente da Anfavea diz que, além da questão dos semicondutores, houve impacto negativo da onda ômicron nos primeiros dois meses do ano, por seu alto índice de contágio, e um volume de chuvas e alagamentos acima da média, afetando o
deslocamento dos clientes e o funcionamento de várias concessionárias.
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Mas os juros e a inflação em alta já são motivo de preocupação com relação ao varejo. Os estoques, que no final do ano passado atingiram os níveis mais baixos da história, estão voltando aos patamares tradicionais e voltaram as promoções de varejo, com condições especiais de venda pra atrair os consumidores. A Anfavea reconhece que o primeiro trimestre ficou aquém do que a entidade previa, mas por enquanto mantém as projeções de crescimento para 2022.
Conforme revelado pela Fenabrave na terça-feira, 5, em março foram emplacados 146,8 mil veículos, incluindo leves e pesados, alta 10,9% sobre março e baixa de 22,5% sobre o mesmo mês de 2021. No trimestre, o recuo do mercado interno chega a 23,2%.
O desempenho anual das exportações é mais favorável do que o doméstico. Foram, exportaas 38,9 mil unidades em março, com leve recuo de 6,2% sobre fevereiro. No trimestre, contudo, elas estão melhores que no ano passado, com 108,1 mil unidades embarcadas, elevação de 12,8% no comparativo interanual. O nível de empregos subiu 430 postos de trabalho em março e 710.
Foto: Divulgação/Nissan
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