Em audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT/SP) na sexta-feira, 8, a Justiça do Trabalho determinou a criação de uma mesa de negociação para debater se é viável ou não manter a fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo, SP.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC pediu a audiência no TRT após a montadora entrar com uma ação contra as mobilizações dos trabalhadores que, na quarta-feira, 6, entregaram aviso de greve. A decisão judicial também assegurou que os protestos e manifestações ocorridos dos dias 6, 7 e 8 de abril não serão descontadas dos salários.
O retorno ao trabalho foi aprovado na manhã desta segunda-feira, 11, durante assembleia realizada nos portões das fábrica do ABC paulista. “Os trabalhadores seguiram a orientação da justiça, voltaram a trabalhar e entenderam a vitória desta primeira fase”, destaca o presidente do Sindicato do ABC, Moisés Selerges. “Queremos agora que nesta mesa de negociação tenhamos junto ao sindicato e a empresa a participação do município, do Estado e o acompanhamento da Justiça do Trabalho. Queremos sentar, conversar e desenvolver alternativas”, explicou o sindicalista.
Ainda nesta segunda-feira a direção do sindicato tem reuniões com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e com o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. Os metalúrgicos criticam o fato de a Toyota ter decidido pelo fechamento da fábrica de São Bernardo sem qualquer contato prévio com os funcionários ou os dirigentes sindicais.
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No comunicado emitido na semana passada, a montadora informa que os trabalhadores poderão optar por atransferir-se para as outras duas unidades industras da empresa, localizadas em Sorocaba e Indaiatuba, no interior paulista.
“A empresa se mostrou intransigente, não abrindo espaço para a negociação, diferente de todo o histórico que tem. Não pedimos nada demais. Só queremos discutir a viabilidade da empresa. O sindicato sempre buscou a negociação”, lembrou o diretor administrativo da entidad e e negociador na Toyota, Wellington Messias Damasceno.
Foto: Divulgação/Toyota