Mercado

SUVs já representam metade das vendas de automóveis de passeio

Participação do segmento superou 48% no trimestre, crescimento de 11 pontos porcentuais em um ano

O segmento de utilitários esportivos segue fazendo sucesso no papel de rolo-compressor do mercado brasileiro. Dos mais de 300,4 mil automóveis de passeio vendidos no primeiro trimestre, os SUVs responderam por 144,2 mil unidades, 48,1% do total. Em um mercado que encolheu 25% no período, as vendas de utilitários esportivos recuaram somente 3,5%.

Na prática, de cada dois carros licenciados no Brasil, um é utilitário esportivo. A concentração da produção e oferta em produtos mais caros e, portanto, mais rentáveis — clara estratégia adotada pelas montadoras em anos recentes para fugir do cada vez menor poder de compra do consumidor  — acelerou o crescimento de participação dos SUVs no País.

De janeiro a março de 2021, por exemplo, a fatia desses modelos foi de 37,3%. Ou seja, em apenas um ano, cresceu 11 pontos porcentuais, salto também observado do primeiro trimestre do ano passado sobre igual período de 2020.

LEIA MAIS 

→ Mercado de automóveis e comerciais leves segue retraído

→ Renault terá nova plataforma, SUV e motor 1.0 turbo produzidos no Paraná

Os utilitários esportivos fecharam 2021 com 42,9% dos emplacamentos de automóveis e uma larga vantagem de 21 pontos porcentuais — o dobro —  sobre o segundo maior segmento, de hatches pequenos, que respondeu por menos de 22% da vendas. Em 2020 essa diferença fora de apenas 3 pontos e um ano antes  os hatches pequenos, que então dominavam o mercado, detiveram 33% dos negócios contra 26,5% dos SUVs.

Se os hatches pequenos estão sofrendo, e muito, outros segmentos já foram feridos de morte pela avalanche de SUVs da última década. Monocabs, station wagons, sedãs grandes e hatches médios, na prática, desapareceram do Brasil.

Mesmo os carros de entrada, os mais baratos, que durante décadas foi o grande filão da indústria montadora, representaram somente 10,6% dos licenciamentos do primeiro semestre, contra quase 16% no encerramento de 2021.

E pelo quadro econômico de curto prazo — um equação catastrófica de inflação e juros altos, pressão de custos, desemprego elevado  e poder de compra em decadência —, não será surpresa alguma se ainda no primeiro semestre os SUVs romperem a barreira dos 50% e, com vários lançamentos programados para os próximos meses, encerrarem 2022 ainda acima desse índice.

T-CROSS NA LIDERANÇA

O domínio dos modelos Jeep entre os SUVs está sob ameaça pela primeira vez desde 2017, quando o Compass e depois o Renegade passaram a empilhar dobradinhas na ponta do segmento. De janeiro a março de 2022, coube ao Volkswagen T-Cross liderar as vendas, com 15,6 mil emplacamentos antes 14,2 mil do Compass.

O terceiro melhor resultado pertenceu ao Hyundai Creta, com 12,7 mil unidades negociadas. O atual tricampeão e recém-renovado Renegade aparece só na quarta colocação, com 11,1 mil licenciamentos, seguido bem de perto pelo Chevrolet Tracker, que acumulou 10,6 mil unidades negociadas no período.


Foto: Divulgação

Compartilhar
Publicado por
George Guimarães

Notícias recentes

Brasileiros já compraram 2 milhões de veículos leves em 2024

Com 249,4 mil unidades, outubro tem o melhor resultado mensal do ano

% dias atrás

Alckmin recebe CEO global da Honda

Em debate, os benefícios do Mover e a manutenção dos direitos constitucionais da Zona Franca…

% dias atrás

Começa na segunda a maior feira de transporte da América Latina

AutoIndústria mostra na próxima semana tudo o que vai acontecer na Fenatran

% dias atrás

Honda mexe bem pouco na família City 2025

Sedã e hatch ganham mais no conteúdo do que na forma

% dias atrás

Picape que vende mais que carro no Brasil atinge 2 milhões de unidades

Lançada em 1998, Strada segue líder em emplacamentos este ano

% dias atrás

XCMG lançará na Fenatran caminhão leve elétrico

Modelo E3-10T coloca a marca chinesa na disputa do mercado de entregas urbanas no País

% dias atrás