No ano passado, ocorreram 14,4 mil roubos de carga nas estradas do País, um aumento de 1,7% sobre os registros do ano anterior, de 14,1 mil ocorrências. Os dados são de pesquisa anual encabeçada pela Associação Nacional de Transporte de Carga e Logística (NTC&Logística). Embora ainda em números elevados, o levantamento não registrava aumento nos casos desde 2017.
Roberto Mira, vice-presidente de segurança da associação, atribui o crescimento no número em virtude da retomada da economia com o arrefecimento da pandemia.
“A volta das atividades inevitavelmente aumentaria o fluxo de mercadorias nas rodovias e, por consequência, dos roubos e dos furtos de carga. Sobretudo com a inflação elevada, por causa de fatores internos e externos, certos produtos ficaram muito valiosos e atrativos para os grupos organizados”, conta Mira.
O levantamento aponta alimentos, combustíveis, produtos farmacêuticos, autopeças, materiais têxteis e de confecção, cigarros, eletroeletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas como as cargas mais visadas pelos bandidos.
Por região, o Sudeste registrou 82% das ocorrências, seguido pelo Sul (6,82%), Nordeste (5,44%), Centro-Oeste (3,66%) e Norte (1,42%). De acordo com estimativa da associação, se somados os valores perdidos em carga roubada, a conta do prejuízo chega em torno de R$ 1,27 bilhão.
Para Francisco Pelúcio, presidente da associação, o roubo de carga onera demasiadamente os custos das transportadoras, afinal, “ainda há milhares de ocorrências acontecendo. Por isso, trabalhamos em conjunto com as autoridades de segurança pública e o governo federal para diminuir ano a ano esses números”.
A associação reforça que a resposta ao problema está no fortalecimento da ação dos órgãos de segurança pública e do relacionamento deles com as empresas do setor e de suas entidades representativas.
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