A nova geração do Peugeot 208 se apresenta como um ponto de inflexão na recente trajetória da marca no País. Até antes de chegar às ruas, no fim de 2020, a fabricante colecionava sequências de resultados que a colocavam abaixo de 1% no mercado de automóveis.
No ano passado, no entanto, primeiro ano cheio de vendas do 208, a Peugeot encerrou o período com 1,6% do mercado total de automóveis e com quase 5% no segmento de hatchs compactos. Somente o modelo, respondeu com 66% do total de carros vendidos pela Peugeot, 16,3 mil de 24,7 mil unidades.
Números mais robustos que começam a aparecer mostram que a Peugeot estava certa na estratégia de preparar a fábrica de Palomar, na Argentina – onde investiu US$ 320 milhões -, para ser a casa do primeiro modelo da marca na América Latina com a plataforma CMP. A marca agora quer mais e, para isso, usou oportunidades presentes na família Stellantis. No caso, disponível na prateleira da Fiat: o motor 1.0 Firefly.
Em mais uma demonstração de sinergia, o motor presente nos modelos da marca italiana Argo e Mobi surge no Peugeot 208 a partir de um extenso trabalho de engenharia. O motor é o mesmo, porém as plataformas são diferentes. Potência e torque seguem sem alterações, gera 75 cv e torque de 10,7 kgfm a 3.250 rpm se abastecido com etanol, bem como permanece o câmbio de cinco marchas manual.
Mas para integrar na CMP, o conjunto recebeu novos desenvolvimentos em itens como alternador, correias, tensionadores, sistemas de escape, admissão e refrigeração, fixações do bloco e sensores, além da participação dos times da Argentina, Betim (MG) e Porto Real (RJ).
O motor faz o papel de protagonista para a Peugeot cumprir com a ambição de conquistar mais consumidores, afinal, torna o carro mais acessível. Com opções na base da linha 208, que antes fechava portas para bolsos com menos de R$ 95 mil (versão Active 1.6), passa também a atuar na faixa de R$ 73 mil a R$ 80 mil.
Não é exatamente a popularização da gama 208, mesmo porque não é esse o objetivo da marca. As versões que chegam, Like e Style, preservam bom pacote de equipamentos e acabamento cuidadoso, itens reconhecidos da marca. Desde a opção de entrada, motorista e passageiros estarão bem-servidos com central multimídia em tela de 10,3 polegadas, espelhamento do celular sem fio, retrovisores externos elétricos e controles eletrônicos de tração e estabilidade.
Mas é na variante acima, a Style, que Peugeot sai do lugar comum no segmento de hatch compacto 1.0. A pretensão é de oferecer o mais completo do mercado em sua categoria. O conjunto não deixa a intenção distante. Além dos itens presentes na Like, a opção incorpora faróis full LED, rodas de 16 polegadas, teto solar panorâmico, carregador de celular por indução e assistente de estacionamento com câmera e sensor.
Talvez o consumidor só não ache tão completo pela falta de transmissão automática, nem mesmo como opcional. Mas daí, se torna questão para outra oportunidade.
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Fotos: Pedro Bicudo/Peugeot/Divulgação
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