Os primeiros carros da Great Wall Motors começarão a ser importados apenas no segundo semestre e a produção local, em Iracemápolis, SP, está prevista para começar no fim do ano que vem. Ainda assim, a marca chinesa já trata de preparar o mercado enfatizando, com boa dose de otimismo, o papel que pretende desempenhar no Brasil.
Ainda que sem revelar os projetados números de vendas ou índices de participação, Oswaldo Ramos, diretor comercial, sugere que a marca passará longe da mera coadjuvância. E por várias razões, enumera o executivo. Duas delas: uma linha totalmente eletrificada de produtos e uma vigorosa força de venda disseminada por extensa rede de concessionársias.
Nesta terça-feira, 21, o próprio executivo reafirmou que todos os futuros veículos nacionaisda GWM serão das novas gerações — algumas ainda inéditas — e que o primeiro deles, o utilitário esportivos Haval H6, contará com uma versão híbrida e duas híbridas plug-in, a topo de gama com tração integral nas quatro rodas.
Os Haval H6 importados, porém, pagarão um preço elevado pelo pioneirismo: o motor turbo 1.5 a combustão será apenas a gasolina. Desde sua chegada ao mercado, porém, a linha nacional poderá ser abastecida também com o etanol, o que tornará o SUV bem mais atraente em sua faixa de atuação.
Mas tanto o Haval nacional como o precursor importado contará com o sistema híbrido DHT, sigla para Dedicated Hybrid Technology, tecnologia que, afirma a GWM, debutará primeiro no Brasil. Na prática, os carros da montadora utilizarão motores elétricos e a combustão que poderão agir conjunta ou independetemente para mover o veículo ou, conforme o modo de condução, como gerador de energia para o outro propulsor.
No caso da versões híbrida e da plug-in de entrada, será adotado um motor elétrico. A autonomia no modo puramente elétrico do Haval plug-in é da ordem de 200 km, a maior do mundo para um hídrido, assegura a GWM. Na topo de gama, nomeada por Ramos como “superesportiva”, a montadora emprega, junto com o a combustão, dois motores elétricos, o segundo deles instalado no eixo traseiro, conjunto que pode deslocar o Haval por até 180 km somente com a eletricidade.
A depender da versão, se com um ou dois motores elétricos, as potências variarão de 243 cv a 483 cv. Para se obter 80% da carga nas baterias das plug-in, o usuário necessitará de 29 minutos em um carregador rápido e a GWM calcula que é possível rodar até 1 mil km com um Haval, naturalmente combinando a autonomia garantida pelo motor convencional.
Automóveis híbridos, segundo a GWM, é a melhor solução para o Brasil, num primeiro momento, em função das grandes distâncias do País e da ainda incipiente infraestrutura de recarregamento da qual dependem veículos integralmente elétricos. Mas Ramos admite que, sim, a GWM tem intenção de oferecer futuramente aqui modelos somente a bateria e, ainda mais para frente, até a célula de combustível que poderia utilizar etanol.
Uma etapa importante neste princípio de trajetória da marca no Brasil é consolidar a imagem de produtos e serviços confiáveis, admite Ramos. Exatamente por isso, afirma, a ideia é deter, de cara, uma ampla rede de representantes. “Vamos nascer como uma marca com cobertura nacional. E não será uma rede apenas de vendas, mas também de serviços e pós-venda” afirma.
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O planejamento original da GWM é iniciar as operações com 130 concessionárias plenas. Não será difícil atingir esse número, a julgar pelo resposta do mercado que o diretor comercial diz ter obtido. “Temos 150 grupos empresariais interessados na concessão”, afirma Ramos, que não esconde que a GWM mira consumidores que hoje se dividem entre produtos da Jeep, Toyota e Volkswagen, dentre outras marcas que não são enquadradas como premium.
O número de revendas, de certa forma, indica a penetração que a montadora espera ter no mercado também com um SUV da Tank e uma picape da Poer, já confirmados pela empresa, e de uma terceira submarca, a Ora, dedicada exclusvimante a carros integralmente elétricos e que não deve aportar por aqui antes de 2025.
Foto: Divulgação
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