A Volkswagen do Brasil confirmou a adoção de medidas de flexibilização da mão de obra na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, em razão da falta de componentes. Conforme informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, haverá redução de jornadas e salários a partir de julho em, respectivamente, 24% e 12%,
O acerto com a montadora, previsto em acordo coletivo de trabalho editado em 2020 e vigente até 2025, foi comunicado aos trabalhadores em assembleias internas realizadas na quarta-feira, 22. será de 24% na jornada e 12% nos salários. As medidas serão adotadas por ocasião do retorno das férias coletivas de 10 dias programadas para o período de 27 de junho a 7 de julho, que também foram acertadas previamente com os metalúrgicos em função da escassez de chips que afeta o setor mundialmente.
Segundo dados da Anfavea, 14 fábricas sofreram paralisações até maio por causa desse problema. A montadora mais atingida em 2021 foi a General Motors, que perdeu a liderança para a Fiat e fechou o ano em terceiro lugar. Já neste ano, a mais afetada está sendo justamente a Volkswagen, que caiu da segunda colocação no ranking por marca para a quinta posição em alguns meses.
LEIA MAIS
→Volkswagen paralisará São Bernardo do Campo mais uma vez
→Com produção limitada, Volkswagen cai no ranking de vendas
O diretor administrativo do sindicato, Wellington Messias Damasceno, revelou que a Volkswagen pretendia suspender um turno de produção como alternativa para a falta de fornecimento. “Negociamos a redução de jornada justamente pelo impacto que a decisão teria. Não só para os trabalhadores na empresa, mas para toda a cadeia de produção, principalmente para os trabalhadores terceiros”.
O dirigente sindical informou, ainda, que a representação dos trabalhadores na Volkswagen vêm cobrando da empresa a previsão da normalização do fornecimento de semicondutores e autopeças na fábrica. A motnadora conta com cerca de 8,2 mil trabalhadores no ABC paulista, dos quais 4,5 mil ligados diretamente à produção.
Foto: Divulgação/Volkswagen