Em mais um exemplo de multiplicação do pão pela oportunidade de sinergias dentre as marcas da Stellantis, a Fiat passa a participar das fornadas da fábrica da Nordex, no Uruguai, de onde saem os Peugeot Expert e o Citroën Jumpy, com o Scudo. Apesar dos ingredientes iguais, a montadora aposta na receita de tradição e força da marca para fazer diferença no mercado.
Lançado nesta quinta-feira, 23, o Scudo chega nas versões Cargo, Multi (envidraçada para adequações) e, a exemplo do catálogo dos primos franceses, também na opção elétrica e-Scudo. Os preços variam de R$ 187,5 mil da Cargo, passando por R$ 192,5 mil da Multi e chegando a R$ 330 mil da elétrica. A pré-venda pode ser feita a partir de hoje e a partir de 1º de agosto o comercial leve estará regularmente para as vendas nas concessionárias.
A Fiat encontra no Scudo não só o produto para ocupar o espaço deixado pelo Dobló Cargo na linha de comerciais da marca, mas também o veículo estratégico para dar continuidade a enredo de liderança, protagonizados pelo Fiorino e Ducato há mais de dez anos.
Pelas contas da Fiat, o mercado disputado pelo trio de modelos da marca no segmento de vans soma em torno de 65 mil unidades por ano. “Vamos buscar 10% desse volume somente com o Scudo”, ambiciona Herlander Zola, vice-presidente sênior da Fiat América do Sul.
A confiança de Zola se sustenta na transformação do mercado de entregas que ocorre nos últimos, da capacidade do modelo e na cobertura de rede. Os levantamentos da marca apontam crescimento de 74% nas vendas de produtos para last miles, em 2020, outros 27% no ano passado e a projeção é de expansão de 10% em 2022.
“Devemos levar em conta também que o número de lojas virtuais cresceu 400% desde o início da pandemia e as entregas no mesmo dia da compra aumentaram em 60%”, pondera o executivo.
Em segmento de furgão intermediário, o Scudo disputará mercado praticamente com as ofertas dos primos franceses. O modelo atende necessidades para transportar até 1,5 tonelada e compartimento de carga com 6,1 m³, em exemplo prático: três pallets.
Alguns atributos reforçam argumentos para o uso no dia a dia, como altura de 1,94 metro, dimensão que permite trânsito fácil em entradas de centro comerciais, cuja medida mínima é de 2,1 m, porta deslizante lateral, reservatório de combustível de 69 litros para autonomia por volta de 800 km e nada além de um motorista com CNH de categoria B.
A Fiat defende que o modelo entregará o menor custo total de propriedade do segmento. A marca se sustenta no consumo do motor 1.5 Turbo Diesel Blue HDI de 120 cv e torque de 30,5 kgfm a 1.570 rpm, que faz média de 12,4 km/l, de acordo com a fabricante, enquanto rivais fazem média acima de 10 km/l. “Ao projetar 100 mil quilômetros rodados, o Scudo será R$ 12 mil mais econômico”, pondera Hugo Domingues, gerente sênior da marca.
Na conta para um menor custo operacional, a empresa formatou plano de manutenção de R$ 2.700 para as primeiros três revisões, enquanto a concorrência, ainda segundo a Fiat, pode chegar a R$ 3.700. “É o primeiro modelo ter custo de manutenção abaixo de R$ 3 mil em 60 mil km, além de ter peças 14% mais baratas”, lembra Paulo Solti, vice-presidente de pós-venda da Stellantis América do Sul.
Com o Scudo, a fabricante também promove mudanças na rede a fim de garantir cobertura e atendimento específico ao cliente profissional e traz para o Brasil a Fiat Professional. Até 1º de agosto, a marca irá garantir times e instalações para comerciais leves em 200 pontos do País.
As casas ainda oferecerão consultas para eventuais transformações no modelo por meio de empresas de homologadas. Uma das propostas da Fiat, aliás, é oferecer uma versão para oito passageiros com acabamento mais sofisticado, o que também não deixa de ser exemplo de multiplicação do pão.
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Fotos: Fiat/Divulgação
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