A expectativa de que a crise de abastecimento dos semicondutoes começasse a dar uma trégua no segundo semestre deste ano tem tudo para nao se concretizar. As montadoras seguem com problemas de gárgalos na produção e a Nissan, por exemplo, vai paralisar sua linha de produção do Kicks em Resende, RJ, ao longo da próxima semana.
“A logística está um caos, os problemas continam. Não tem transporte, não tem navio e o avião prioriza os passageiros e cargas como as de medicamento e alimentos em detrimentos de peças”, comenta Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil.
O executivo explica que faltam componentes que incorporam chips, como centrais multimídia, que revcebemos da Clarion, e ABS e air bags, fornecidos pela Bosch. “Vamos parar a semana que vem, mas os trabalhadores vão receber o salário normalmente. Não haverá compensação e nem serão férias coletivas”.
Segundo Cousseau, a programação de produzir 100 mil Kicks na fábrica do sul-fluminense já não tem mais como ser alcançada. A expectativa agora é chegar a 80 mil, isso ainda a depender da questão dos semicondutores. A Nissan anunciou recentemente um investimento de R$ 1,3 bilhão no Brasil, que envolverá modernização da fábrica e um novo produto. No momento a empresa produz apenas o SUV Kicks em Resende e traz a picape Frontier da Argentina.
Ele nada adianta sobre as novidades ou metas de crescimento no mercado brasileiro. “O importante hoje é que operamos com equilíbrio, sem depender de ajuda financeira da matriz. A partir da pandemia e dos problemas de abastecimento, reduzimos custos e garantimos uma operação saudável”.
Cousseau diz que hoje em dia a prioridade não é volume ou market share. “Tenos participação de 3% no mercado brasileiro e, atualmente, não visamos ter 10% ou qualquer outro índice. O que queremos é continuar operando sem prejuízo como acontece no momento”.
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A Nissan criou o segundo turno recentemente, ampliando o quadro em 478 funcionários. Atualmente conta com 2.211 colaboradores no complexo de Resende, onde também não produzidos os motores 1.6 16V flexfuel. O presidente da empresa no Mercosul reconhece que com a produção afetada pela falta de semicondutores é difícil avaliar o potencial do mercado brasileiro hoje.
O executivo acredita que haveria espaço para vender nais Kicks, mas revela que no caso do SUV não há mais fila de espera como aconteceu no passado. O mesmo já não ocorre com a Frontier, que está chegando agora no mercado brasileiro. “Nesse caso tem uma fila de espera de até dois meses. Trouxemos 1,5 mil unidades da Argentina e tem concessionária que está recendo o produto neste mês”.
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