Contrariando expectativas de montadoras e concessionárias de melhorias nas vendas a partir de maio, quando o setor registrou o melhor mês em volume no ano, o mercado de veículos leves voltou a patinar. Foram comercializados 166,2 mil automóveis e comerciais leves em junho, volume 5% inferior ao do mês anterior (174,5 mil) e 2% mais baixo do que o registrado em idêntico mês de 2021 (169,6 mil unidades).
A média de vendas diárias até foi um pouco melhor na relação mensal — 7.916 em junho contra 7.733 no mês anterior —, mas a pequena alta de 2% está bem aquém do que esperavam montadoras e concessionários. Tudo indica que tanto Fenabrave como Anfavea vão rever para baixo, na semana que vem, suas expecativas de crescimento para este ano.
No acumulado do primeiro semestre, o mercado de veículos leves totaliza 855.568 emplacamentos, número 15,4% inferior ao do mesmo período do ano passado, quando foram licenciadas 1.011.244 unidades. Dificilmente, portanto, será possível encerrar o ano com alta na faixa de 8% na venda de automóveis e comerciais leves, conforme projetado em janeiro.
No mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que a entidade ainda não iria rever projeções porque acreditava em movimento ascendente a partir de junho, com uma média diária de venda no segundo semestre — incluindo também os pesados — na faixa de 10 mil unidades.
A partir do comportamento do mercado em junho, contudo, nada indica que haverá uma reação efetiva do mercado. Os juros altos e as maiores dificuldades para obtenção de crédito seguem afastando o consumidor das concessionárias. E também não tem se concretizado a expectativa de que os frotistas, principalmente as locadoras, iriam aumentas as compras a partir de junho.
Tanto montadoras como concessionárias têm tido dificuldade em definir o tamanho real do mercado por causa da produção abaixo do esperado em função da falta de componentes, principalmente daqueles que dependem de semicondutores. Certo é que as filas de espera existentes no segundo semestre do ano passado já não existem para a grande maioria dos produtos.
LEIA MAIS
→Semicondutores: Nissan para a semana que vem.
→Anfavea aposta em venda diária de 10 mil veículos no 2º semestre
→Fiat lidera novamente em junho e consolida vantagem em 2022
Há exceções, como da picape Nissan Frontier, que acabou de chegar ao mercado brasileiro e, por isso, está sem volume para atender a demanda. Mas outros veículos, como o próprio Kicks, também da Nissan, já podem ser encontrados para pronta entrega na rede de concessionárias.
Agora é esperar para ver o que dizem Fenabrave e Anfavea na próxima semana. A primeira fará entrevista coletiva na terça-feira, 5, e a representante das montadoras, que também divulga dados de produção e exportação, só vai se manifestar na sexta-feira, 8.
Foto: Pixabay
- 2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil” - 19 de dezembro de 2024
- 2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro - 19 de dezembro de 2024
- Importações de autopeças avançam 11%, exportações recuam 14% - 18 de dezembro de 2024
Mas no preço que esta o certo é ninguem compra, é um verdadeirp roubo.