É certo que as paralisações de algumas fábricas desajustaram o abastecimento das concessionárias de um ou outro modelo e marca durante o primeiro semestre. Essa instabilidade da oferta mais a crescente diversidade de produtos à venda, entretanto, têm feito do segmento de SUVs um páreo de difícil prognóstico em 2022.
Os números acumulados de licenciamentos, segundo informa a Fenabrave, indicam que a definição de quem encerrará o ano na frente da categoria mais vendida do mercado interno pode ser no fotochart, tal qual nas corridas de cavalo ou de atletismo.
A diferença do líder Volkswagen T-Cross (32,8 mil unidades) para o segundo colocado Jeep Compass (31 mil) depois dos seis primeiros meses é de exatos 1.842 licenciamentos. E o terceiro lugar, o Hyundai Creta, segue ambos de muito perto, com 29,2 mil emplacamentos. A comparação entre as participações dos três modelos sublinha o equilíbrio: 10,3%, 9,8% e 9,2%, respectivamente.
Os SUVs responderam por 46,5% das vendas de automóveis no primeiro semestre, com 317,7 mil unidades negociadas — só em junho, foram 60,2 mil. Cresceram 0,4% enquanto as vendas de todos os automóveis de passeio no Brasil recuaram 15%.
É, de longe, a categoria mais pulverizada ao reúnir cerca de meia centena de modelos nacionais e importados. Nos últimos quatro anos, porém, tem sido dominada pela Jeep, com mais de 20% dos licenciamentos e seus modelos Renegade e Compass se revezando na liderança.
Esse hegemonia da marca norte-americana dificilmente será quebrada em 2022, já que segue com 20,6% dos negócios, considerando também os números do grandalhão Commander. Mas já não se pode afirmar se o Compass conseguirá reverter a pequena vantagem conquistada pelo T-Cross, estabelecida mesmo com a Volkswagen enfrentando muitos problemas produtivos ao longo dos últimos meses.
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No ranking dos dez SUVs mais vendidos no primeiro semestre há modelos de oito marcas. Volkswagen e Jeep são as duas únicas a ter mais de um veículo. Além do T-Cross, a Volkswagen é representada pelo Nivus (9º colocado, 16,7 mil). A Jeep conta ainda com o Renegade na 5ª posição, com 24,9 mil licenciamentos e somente 7,8% de participação.
É a menor fatia do modelo desde que foi lançado em 2015, ano em que só ficou na 2ª posição, com quase 13% das vendas. Coincidência ou não, o fato é que Fiat Pulse, irmão de grupo Stellantis lançado no segundo semestre do ano passado, já está imediatamente atrás do Renegade, com 7,5% e 24 mil licenciamentos. Em junho, apareceu à frente do Jeep, ao somar 4,8 mil contra 4,1 mil unidades.
Chevrolet Tracker, com 27 mil licenciamentos e na 4a posição, Toyota Corolla, com 22,3 mil, na 7a, e Nissan Kicks, no 8º posto e 17,1 mil unidades, completaram os dez primeiros colocados no semestre passado.
Com a chegada das novas gerações do Kia Sportage esta semana e em agosto do nacional HR-V, que por anos permaneceu à frente dos SUVs no Brasil, a briga promete esquentar cedo no segundo semestre, para o qual se pode relacionar ainda uma lista bem mais extensa de novidades e que tornarão a liderança do segmento ainda mais indefinida.
Foto: Divulgação
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