O impacto do desarranjo logístico na cadeia de produção automotiva ainda tira o sono dos atores da indústria. Mas, ao menos no segmento de pesados, o reflexo negativo se mostrou mais ameno.

De acordo com a Anfavea, no balanço do primeiro semestre apresentado na sexta-feira, 8, embora três fabricantes tenham somado 41 dias de interrupções na produção nos últimos seis meses, o período termina em estabilidade.

No acumulado de janeiro a junho, a produção de caminhões e chassi de ônibus somou 85,1 mil unidades, volume que representou pequena queda de 0,06% sobre o mesmo patamar de 85 mil registradas no mesmo período do ano passado.

O ritmo na produção de caminhões, porém, sentiu mais os efeitos da falta de peças e componentes ao apurar queda de 3,9% no primeiro semestre, com 71,7 mil unidades ante 74,7 mil anotadas um ano antes.

Já no caso de ônibus, a indústria finalmente pode comemorar crescimento. De janeiro a junho, foram produzidos 13,3 mil chassis, alta de 19,1% sobre as 10,2 mil unidades acumuladas há um ano.

“Ao longo da primeira metade do ano, apesar das adversidades a indústria conseguido atender à demanda. Em caminhões, a produção pouco variou entre patamares de 13,5 mil e 14 mil unidades, o mostra estabilidade. A boa notícia vem dos ônibus, que mostrou três meses consecutivos em crescimento, ensaiando uma recuperação”, avaliou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea para pesados.

O dirigente acrescenta que a escassez de peças e componentes deverá persistir no segundo semestre, embora aposte em uma condição menos severa. Diante do incerto, a Anfavea revisou as projeções do ano também o segmento de pesado.

Se no começo do ano estimava alta perto de 8%, para volume de produção em torno de 192 mil caminhões e ônibus, agora projeta empatar com o realizado no ano passado, de 178 mil unidades.

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Foto: Volvo/Divulgação

Décio Costa
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