A Mercedes-Benz resolveu tirar a diferença que tinha para as marcas concorrentes na oferta de produtos eletrificados no Brasil. Praticamente um ano e meio depois de apresentar o SUV EQC aqui, nesta quarta-feira, 13, a empresa lançou oficialmente o EQS AMG 53 4Matic+, sedã elétrico a bateria que ocupará o topo de sua linha, com preços a partir de R$ 1,35 milhão.
Até o fim do ano, porém, outros dois veículos movidos a bateria — e mais algumas novidades não antecipadas — desembarcarão em uma rede de 13 concessionárias treinadas para a venda e todos os serviços de manutenção de carros elétricos: EQA e EQB, modelos que serão lançados quase que simultaneamente com a Europa.
Carlo Garcia, CEO e Presidente da Mercedes-Benz Cars & Vans, enfatiza que a marca trabalhará cada vez mais sobre os pilares da eletrificação, digitalização e, naturalmente, luxo. Até porque, pelo plano global Ambition, lançado em 2019, a Mercedes-Benz buscará aposentar motores a combustão até 2039 em todo o mundo e até 2035 na Europa. “A eletricidade não é o futuro! É o presente!”, diz o executivo.
Tanto que a disposição da Mercedes-Benz é de chegar nesses objetivos antes desses prazos, admite o executivo. Até o fim desta década, por exemplo, toda a linha da montadora terá pelo menos uma versão movida exclusivamente a bateria.
“Depois só vamos oferecer carros a combustão onde ainda houver demanda por eles”, diz Garcia, brasileiro que assumiu a operação em janeiro, depois de comandar as atividades da marca em Dubai e na Argentina.
Simultaneamente à ampliação do leque de modelos elétricos, Garcia quer consolidar no Brasil o novo padrão de concessionárias batizado de Mar20X e que procura fazer das já atuais sofisticadas lojas e oficinas um ambiente ainda mais atrativo, amigável e confortável para clientes naturalmente exigentes. “A experiência da marca não é só o produto! Começa na busca dele pelo site e passa pelo contato com a rede.”
O novo padrão já pode ser obervado em algumas concessionárias, mas será integralmente adotado nas 51 revendas da marca até o fim de 2023, segundo o atual cronograma da empresa, que também acaba de inaugurar novo escritório na cidade de São Paulo, após a separação global do braço de caminhões e ônibus oficializada em 2021.
Showroom tecnológico
De acordo com a Fenabrave, a Mercedes-Benz negociou 3,1 mil veículos no primeiro semestre de 2022, 20% abaixo do que em igual período do ano passado. Ainda assim, Garcia entende que poderá crescer suas vendas em 15% ou até 20% sobre as 7,1 mil unidades licenciadas em 2021.
“Demanda tem!”, pontua o executivo, que credita à falta de produtos gerada pela falta de componente o desempenho da marca no primeiro semestre, assim como do próprio mercado.
Ainda que não divulgue a expectativa de vendas para o modelo, serão pouquíssimas unidades do novo sedã elétrico que contarão para a melhoria das vendas até o fim do ano. Não só pelo perfil (e preço) do produto, mas também pelo prazo de três a seis meses projetado por Evandro Bastos, diretor de Produto, para a entrega do carro escolhido.
Isso porque também cada EQS 53 4Matic+ vendido com a assinatura e preparo da AMG será quase exclusivo, já que estão disponíveis quatro opções de acabamento interno e 33 itens para costumização, inclusive o Dynamic Plus, pacote tecnológico que melhora ainda mais os números de desempenho do sedã esportivo.
Originalmente, seus dois motores elétricos posicionados sobre os eixos geram 658 cv de potência e levam o EQS de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos. Com essa “mexida de fábrica”, que custa cerca de R$ 60 mil”, a potência passa a 761 cavalos e o tempo de aceleração até 100 km/h cai para 3,4 segundos.
A Mercedes-Benz calcula autonomia de até 580 km com uma única carga (WLTP) e 31 minutos para carregar a bateria de 10% para 80% em um carregador rápido — um wallbox está incluído no preço, assim como a instalação no local desejado. A bateria tem conteúdo de energia utilizável de 107,8 kWh.
Outro ponto alto: o EQS é o primeiro modelo da marca a dispor no Brasil do painel com a MBUX Hyperscreen, conjunto de duas telas de 12,2 polegadas e outra central de 17,7 polegadas, com tecnologia OLED, que ocupam todo o painel, de porta a porta.
Mas há ainda radares, câmeras, maçanetas retráteis elétricas, programação de “ruído do motor”, multimidia para o carona da frente, vários ajustes de condução e de recuperação de energia, dentre outra dezena de recursos que fazem do EQS um showroom ambulante da atual e futura tecnologia automotiva.
Fotos: Divulgação
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