Ao menos oficialmente ainda não se sabe o nome do executivo que substituirá Pablo Di Si na presidência da Volkswagen Região América Latina, cargo que deixa em setembro para tornar-se presidente e CEO do Grupo Volkswagen da América e CEO da Volkswagen Região América do Norte. Mas é sabido o principal legado que Di Si deixa para o seu sucessor: a defesa do etanol como o caminho mais sensato para a mobilidade brasileira e para o próprio desenvolvimento econômico e industrial do País.
Argentino casado com uma brasileira, que também tem nacionalidade estadunidense, Di Si, cujos dois filhos também são brasileiros, diz ter uma certeza neste momento, que é a de voltar a morar no Brasil, de forma pemanente, quando afastar-se da vida profissional. Em reunião com um grupo de jornalistas nesta terça-feira, 26, falou um pouco sobre quase tudo, desde a facilidade de relacionamento dos brasileiros até o propósito de sua ida para os Estados Unidos.
E como vem fazendo já há alguns anos, muito comentou sobre a mobilidade do futuro, a dissemimnação dos elétricos nos Estados Unidos e a importâncio do etanol para o Brasil rumo à descarbonização. Ao ser questionado sobre a possiblidade de o seu sucessor não dar andamento aos projetos referentes ao etanol, Di Si admitiu que cada executivo tem sua personalidade, mas lembrou que a trilha da empresa nesse sentido já está consolidada por aqui, com apoio do grupo globalmente.
“Ao longo dos últimos cinco anos firmamos 25 parcerias e criamos o Centro de P&D de Biocombustíveis da Volkswagen mundial no Brasil. Cada vez estou mais convencido sobre o caminho que o Brasil deve seguir, até pelo fato de o etanol poder tanto ser utilizado como combustível em um veículo híbrido como também como célula a combustível para gerar energia”, comentou Di Si, lembrando que o bagaço da cana pode ser transformado em biometano e biogás, por exemplo, com CO2 negativo.
Por conta do Rock in Rio em setembro, a Volkswagen está trazendo um grupo de 14 jornalistas europeus para conhecer os projetos da empresa no Brasil e uma usina de cana-de-açúcar. O objetivo é justamente mostrar os benefícios ambientais dessa cultura e a efetiva redução de emissões no processo veicular do poço à roda.
Sobre o uso do etanol nos Estados Unidos, Di Si lembra que lá esse combustível vem do milho, ou seja, seu uso em veículos traz reflexos na produção de alimentos, o que não ocorre no Brasil. Por isso a preferência nos investimentos em elétricos. A própria Volkwagen está lançando no mercado estadunidense nesta terça-feira, 26, o ID.4, ampliando assim sua linha desse tipo de modelo.
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Nos Estados Unidos, Di Si substituirá Scott Keogh, escalado para ser o presidente e CEO da Scout, empresa independente recém-criada pela Volkswagen para SUVs e picapes elétricas “verdadeiramente americanos”, como definiu o comunicado da empresa divulgado na semana passada. Ambos os executivos assumem suas novas posições em 1º de setembro.
Di Si não quis entrar em detalhes sobre seus planos para o novo cargo, até porque diz ter feito apenas uma reunião e “ainda ter muito a saber”. Mas adianta que entre suas atribuições está a meta de ampliar a participação da marca nos Estados Unidos, hoje limitada a 2,5%. A empresa tem apenas um fábrica por lá, localizada em Chattanooga, no Tennesse.
Foto: Divulgação/VW
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