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Com 12,1%, Volkswagen tem menor partipação desde 2017

Produção limitada e portfólio de produtos em transição contribuíram para queda bem acima do mercado

Com 12,1% de participação e 123,6 mil automóveis e comercias leves negociados, a Volkswagen começa a ver ameaçada sua terceira colocação no mercado brasileiro. Passados os sete primeiros meses de 2022, a vantagem para a atual quarta colocada Toyota (107,6 mil) é de apenas 1,6 ponto porcentual e de 1,8 ponto para  a quinta, a Hyundai, que alcançou 104,7 mil licenciamentos.

A atual participação é a menor da marca alemã desde 2017, quando encerrou o ano com 12,3% das vendas, também na terceira posição no ranking. Em 2018, já com a nova geração do Polo, apresentada em 2017, e a chegada do Virtus, a montadora recuperou a segunda posição  ao deter 14,9% dos licenciamentos.

Esse índice foi superado em 2019 (15,6%) e em 2020 a VW atingiu sua maior participação depois do já distante 2014: 16,8% . Desde o ano passado, porém,  apesar da sequência de lançamentos importantes como T-Cross (2019), Nivus (2020) e Taos (2021), todos no maior segmento do mercado, o de SUVs, a Volkswagen viu sua fatia recuar para 15,3% e agora transitar na faixa dos 12 pontos.

Polo: só 2,2 mil unidades emplcadas em 2022.

A Volkswagen foi a marca de maior queda nas vendas entre as empresas líderes. Enquanto o mercado encolheu 12,7% no acumulado de janeiro a julho, a primeira colocada Fiat viu suas vendas recuarem 16,7%, GM e Toyota cresceram 7,5% e quase 10%, nesta ordem, e a Volkswagen registrou um tombo de 32,5%.

O declínio mais acentuado em 2022 deve ser creditado, em boa medida, às paralisações nas linhas de montagem de suas fábricas no primeiro semestre, mas cabe também a observação sobre o portfólio de produtos, recheado de modelos em fim de vida, outros em vias de atualização e alguns com desempenho comercial sofrível.

Gol e Voyage sabidamente, cumprem seus últimos meses no mercado. O veterano hatch, apesar disso, teve desempenho excepcional no último trimestre — foi o veículo mais vendido em julho—, mas muito em função de entregas postergadas pela falta de produção no começo do ano e direcionadas a empresas, tanto que 80% foram via vendas diretas.

No segundo grupo estão Polo e Virtus, que em breve passarão por reformulação estética e ganharão também melhorias mecânicas. Os modelos, de fato, carecem de fôlego novo, estão mais que “cansados”, como comprovam  os números de vendas de ambos. De janeiro a julho, foram registrados menos de 3,2 mil licenciamentos do Virtus e, pior ainda, 2,2 mil do Polo, que aparece somente na oitava posição entre os hatches pequenos mais vendidos.

Caso que merece maior atenção é do argentino Taos, principal lançamento da Volkswagen aqui em 2021 e que, nunca escondeu a empresa, tinha a missão de brigar de forma destacada entre os SUVs médios. Na prática, porém,  o modelo não “decolou”.

No acumulado de sete meses, somente 5 mil unidades foram licenciadas, enquanto o Jeep Compass e o Toyota Corolla Cross acumularam 35,4 mil e 25,9 mil unidades emplacamentos, respectivamente.

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Além de os principais concorrentes venderem sete e cinco vezes mais, com esse desempenho o Taos aparece somente como o 17º utilitário esportivo mais vendido no País, atrás de três SUVs da Caoa Chery, novata marca  com uma rede de revendas bem menor, e de modelos bem mais caros e de maior porte, como o Jeep Commander e Toyota SW4.

Com as 7,7 mil unidades vendidas de junho a dezembro do ano passado, menos de 13 mil licenciamentos couberam ao Taos em 13 meses de mercado brasileiro.  Vale mais um vez citar o Corolla Cross, que foi lançado um mês do Volkswagen e que tem  mais de 60 mil unidades em circulação pelas ruas brasileiras.


Foto: Divulgação

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George Guimarães

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