O entusiasmo é unânime nos atores da área de ônibus. Ao menos assim revela a LatBus 2022, principal feira de negócios da América Latina do segmento. Afinal, volta a estar de portas abertas de maneira presencial em momento de retomada, após o acentuado impacto negativo provocado pela pandemia.
O ambiente de confiança é amparado nos números que, pouco a pouco, engordam as estatísticas desde o fim do ano passado. Embora as vendas ainda sem mantenham com o sinal negativo, a produção já se mostra em outro ritmo.
Enquanto os emplacamentos até agosto registraram queda de 3%, as fábricas montaram 39% a mais no mesmo período, indicando que bastam alguns poucos meses para o mercado mostrar recuperação.
O evento, no entanto, não se revela apenas na frieza de números. Também lança luz sobre o arsenal que a indústria coloca na prateleira para atender nova etapa da mobilidade nos próximos anos.
Além dos veículos adequados ao Proconve P8, normas de restrições de emissões equivalentes ao Euro 6, também os produtos que promovem a descarbonização no transporte coletivo de passageiros com a eletrificação ou com o uso de combustível alternativo.
Os recados apresentados pelas fabricantes não deixam dúvidas dos caminhos que seguirão. A líder do segmento no País, a Mercedes-Benz trouxe como estrela do estande o elétrico eO500U, modelo que começará a ser produzido em São Bernardo do Campo (SP) ainda esse ano. Para o veículo, a marca se associou a diversas empresas a fim de oferecer e construir ecossistema à operação.
“As primeiras unidades chegam ao mercado ainda esse ano e, assim, a eletromobilidade se torna realidade no portfólio da Mercedes-Benz. E não só para o Brasil, mas também para os mercados de exportação de todo o hemisfério Sul”, adianta Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
Na lista de novidade ainda, a fabricante já colocou na oferta a partir de janeiro do ano que vem, 21 chassis atualizados para atender as novas restrições de emissões com a tecnologia BlueTec 6. A gama cobre de 9 a 70 toneladas de peso bruto total baseada em três novos motores de 163 cv a 449 cv e aptos para rodar com biodiesel e HVO.
Em momento que diz ter quase dobrado participação no mercado de ônibus no primeiro semestre e celebrar venda de mais de 200 unidades para a frota de São Paulo, a Volvo lança na feira a linha de rodoviários Euro 6 e confirma chassi elétrico para breve.
A partir de janeiro, a gama de estradeiros da fabricante de Curitiba (PR) terá a mesma tecnologia dos caminhões FH, com motores de 380 cv, 420 cv, 460 cv e 510 cv em configurações 4×2, 6×2 e 8×2 e caixa I-Shift. Segundo a marca, os produtos ficaram mais potentes e 9% mais econômicos em relação à geração anterior.
“O mesmo motor e transmissão do caminhão permite vantagem no pós-venda pela comunização de peças. Na ponta se traduz em mais disponibilidade e menos custos ao operador. A linha também passa a ter intervalo de troca de lubrificante acima de 100 mil quilômetros, 30% a mais que os veículos Euro 5”, conta Gilcarlo Prosdócimo, gerente de engenharia de vendas de ônibus da Volvo.
Ainda sem data definida de lançamento, a Volvo anuncia que inicia o desenvolvimento para o País do chassi elétrico BZL. É um produto global da marca, oferecido na Europa e, atualmente, em teste no Chile. A princípio terá possibilidade de pacotes com 3, 4 ou 5 baterias e um ou dois motores elétricos, além de carrocerias de 9 ou 13,3 metros.
Planos de oferta de ônibus elétricos também têm a Iveco. O candidato é o E Way, exposto no estande da marca. Encontrado na Europa como produto integral, deve chegar por aqui como chassi, conforme modelo de negócio da região. “No fim de 2023 devemos começar a preparar a rede para a eletrificação”, planeja Danilo Fetzner, diretor da Iveco Bus para a América Latina.
Enquanto o elétrico repousa na gaveta, a fabricante de Sete Lagoas (MG) já tem esquadrinhado o que chega no ano que vem para atender o Euro 6. Para a linha de frente, a montadora passará a oferecer o Minibus Daily 50-180 e os chassis 10-190 e 17-180 atualizados com tecnologia mais robusta de pós-tratamento, o Hi-SCR, mas preservando as características mecânicas dos atuais produtos. Como alternativas, a Iveco também estreará no mercado de gás natural ou biometano com as ofertas dos chassis 17-180 G e 17-210 G.
É o gás também uma das principais aposta da Scania, opção de acionamento contemplada na nova geração de ônibus da marca, destaque da marca no evento. Composta por chassis 4×2, 6×2 e 8×2 com motores de 9 e 13 litros em faixa de potências de 280 cv a 500 cv. Segundo a fabricante, produtos que proporciona consumo de combustível de 8% a 10% menores que os veículos anteriores.
Sem muitas ousadias, a Volkswagen Caminhões e Ônibus se prepara para o ano que vem com as atualizações a partir dos representantes mais significativos do portfólio. Para a feira, a marca apresenta inicialmente a adequação para o Euro 6 dos Volkbus 11.180 S e 17.230 S.
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Fotos: Divulgação
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