Até pode se falar em crescimento, mas o índice é tão baixo, de apenas 1,4%, que o mais certo é cravar que o mercado interno de veículos leves segue estável este mês. Balanço da primeira quinzena de agosto indica 76.786 emplacamentos, ante os 76.073 do mesmo período de julho e os 75.382 dos primeiros 15 dias de idêntico mês de 2021. Nesse caso, o aumento é um pouco maior, mas também de inexpressivos 2%.

Apesar de ainda ser um balanço parcial do mês, o resultado da primeira quinzena com certeza frustra expectativas da Anfavea e Fenabrave de uma retomada mais efetiva do mercado de automóveis e comerciais leves a partir de julho — que como se sabe não ocorreu — ou agora em agosto, que também não vem se consolidando.

Para chegar às projeções mais recentes das duas entidades, com desempenho próximo ao empate com 2021, as vendas teriam de crescer acima de 10% ao mês ao longo deste segundo semestre. De 1º de janeiro a 15 de agosto o mercado totaliza 1.102.165 licenciamentos, volume 12% inferior ao do mesmo mesmo acumulado do ano passado (1.249.753).

Com relação ao mesmo período de 2020, ano em que o setor chegou a ficar mais de dois meses paralisado por causa da Covid-19, verifica-se crescimento de 9% (1.011.029 unidades). Ou seja, um índice bem baixo considerando o fraquíssimo desempenho do primeiro semestre daquele ano.

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Até meados do ano, tanto as montadoras como os concessionários vinham atribuindo a retração deste ano ao problema com a falta de semicondutores que afeta a indústria globalmente e fez quatro fábricas paralisarem atividades no mês passado.

A partir do início deste mês, contudo, a Anfavea começou a admitir que os juros altos e as dificuldades para se obter  crédito começavam a afastar os consumidores. O problema está tão sério que apenas 35% das compras no mercado de carros 0 km estão sendo feitas a prazo. O restante é tudo à vista, praticamente o oposto do movimento tradicional no setor.

Um indicativo do menor movimento nas concessionárias é a volta das promoções de varejo. Nesta terça-feira, 16, por exemplo, a Fiat anunciou uma campanha promocional para o público PCD (Pessoas com Deficiência). Denominada “Momento PCD”, a ação abrange os modelos Pulse, Cronos, Mobi e Argo, que terão descontos de até 18,7% em relação ao preço sugerido original.

Um dos destaques é o Pulse Drive 1.3 MT que ficou cerca de R$ 18 mil mais barato comparado ao preço público, com o preço baixando de R$ 96.290 para R$ 78.280. Outra oferta destacada pela Fiat é a do Cronos, que na versão Drive 1.3 AT Flex sai por $ 77.160, R$ 17 mil abaixo do valor público sugerido.


 

Alzira Rodrigues
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