Detentora de 1/3 das vendas de veículos leves no Brasil, a Stellantis segue firme em seu projeto de ter modelos híbridos flex. João Irineu, diretor de Compliance de Produto para a América do Sul, confirmou a intensificação dos contatos com a base fornecedora em busca de parceiros para desenvolver componentes no País, incluindo baterias.
O executivo se reuniu nesta quarta-feira, 24, com um pequeno grupo de jornalistas para falar de descarbonização, ocasião em que voltou a enfatizar a importância do etanol nesse contexto, apontando o híbrido flex como o melhor caminho de transição para os elétricos. “A parte conceitual do projeto já foi totalmente concluída. Agora estamos na fase de colocá-lo em prática”.
Ele não quis adiantar data de lançamentos e nem modelos, mas deixou claro que o híbrido flex está nos planos de curto prazo. A ideia é ter modelos com baterias de 48v e 12v. “Queremos produzir aqui com o máximo de nacionalização possível. São perto de 600 fornecedores de autopeças no Brasil e só a partir da produção local dos componentes é que iremos impedir a desindustrialização do País”, frisou o executivo.
Irineu lembrou que a Stellantis visa ter 20% da sua linha eletrificada, com modelos 100% elétricos e híbridos, até 2030, o que vale também para o Brasil. Atualmente, a gasolina responde localmente por 70% do consumo dos veículos leves e o etanol por apenas 30%. “Em processo gradativo, esses índices têm de ser invertidos”, comentou.
O diretor de Compliance de Produto também insistiu na necessidade de haver políticas públicas para redução de emissão de CO2 em todos os segmentos, incluindo o próprio agronegócio: “As montadoras, a partir de programas como o Inovar Auto e o Rota 2030, têm metas de eficiência energética e pagam multas altíssimas se não as cumprir. Faltam políticas do gênero em outros setores”.
A partir de estudo desenvolvido pela Anfavea, Irineu lembrou que o transporte no Brasil é responsável por apenas 13% da emissão de CO2, o que coloca o País em situação privilegiada em relação ao restante do mundo. “Há, inclusive, uma pitada de inveja por parte de outros países”, comentou o executivo.
Ele lembrou que na conversa inicial com o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, sobre os melhores caminhos para a descabonização no Brasil, foi necessário explicar por três vezes sobre os benefícios do etanol em termos de meio ambiente.
A partir daí, as operações brasileiras passaram a ter total apoio da matriz no que tange ao híbrido flex, tecnologia que deverá ser disseminada não só aqui mas também em outros países em desenvolvimento, como a Índia.
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Foto: Divulgação/Stellantis
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