Mercado

As categorias de automóveis que têm participações próximas de zero

Encolhimento das vendas acelerou a partir de meados da década passada com a chegada dos SUVs

O mercado brasileiro de automóveis passa por um forte processo de concentração de vendas em poucas categorias, movimento que tem reduzido drasticamente a diversidade de modelos nas concessionárias. Das 13 categorias elencadas pela Fenabrave, seis constituem 98,1% dos licenciamentos em 2022 e atraem os investimentos das montadoras em novos produtos.

Os demais sete segmentos, assim, têm participações absolutamente marginais. Somadas, responderam por somente 1,9% das vendas de janeiro a agosto. Ou seja, algo perto de ínfimos 18 mil dos quase 1 milhão de veículos negociados no mesmo período. Uma década atrás, esses mesmos segmentos somados representavam de 9% a 10% dos negócios.

O encolhimento da oferta é brutal e ganhou velocidade particularmente a partir de 2015, quando os SUVs passaram a atrair a atenção dos consumidores e desde então seu leque de ofertas explodiu, sejam modelos nacionais ou importados. Sem contar, naturalmente, a Jeep, que só produz SUVs, algumas marcas já dependem quase que exclusivamente deles.

Station wagon: “espécie extinta”.

Algumas categorias constam ainda nas estatísticas por mera formalidade. É o caso especialmente das station wagons, que acumularam 31 — sim, trinta e um! — emplacamentos entre médias e grandes.

Mas caminham forte também para a extinção total os monocabs, que somaram 545 unidades em oito meses, e os hatches médios, com 1,6 mil licenciamentos acumulados.

Na verdade, mais da metade dessa participação de 1,9% das “demais” — precisamente 1,02% —  se deve às grand cabs. Ou melhor, a apenas um veículo: a Chevrolet Spin, que teve 9,7 mil unidades negociadas, 97% da categoria que conta ainda com outros três modelos.

Ainda que as station wagons figurem agora como raridades nos showrooms, isso quando há alguma para demonstração, o segmento que perdeu mais relevância nas vendas na última década foi o de hatches médios.

Em 2012, modelos como Fiat Punto, Ford Focus, Chevrolet Cruze e Volkswagen Golf somaram 5,3% do mercado interno, fatia que encolheu para a metade em 2015 e que neste ano não passa de 0,17%.

LEIA MAIS

→ Pesquisa mostra tendências no mercado de caminhões

→ Mercado de veículos leves reage em agosto

Hoje, o único produto nacional nas revendas é o Chevrolet Cruze, que acumulou pouco mais de 1 mil licenciamentos, 63% do total registrado no segmento nos oito primeiros meses de 2022. Para efeito de comparação, o VW T-Cross, líder entre os SUVs, já vendeu 42,6 mil no mesmo período, média superior a 5,3 mil licenciamentos mensais.

O ranking de segmentos de 2022 indica os SUVs com 44,5% dos licenciamentos, mais do que o dobro da fatia dos hatches pequenos, 21,4%, e o quádruplo do que os modelos de entrada (12,8%), segmento que liderou o mercado brasileiro por duas décadas. Sedãs pequenos, compactos e médios somados têm 19,4% das vendas.


Foto: Divulgação

Compartilhar
Publicado por
George Guimarães

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás