Somente 28,5 mil veículos foram embarcados, segundo pior resultado mensal no ano
As exportações brasileiras de veículos sofreram sensível queda em setembro. Passaram pelos portos brasileiros rumo a outros países cerca de 28,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. É o segundo pior resultado mensal do ano, à frente apenas dos 28 mil embarques registrados em janeiro.
O desempenho foi muito aquém do de agosto, quando 47 mil unidades foram exportadas — maior volume no ano junto com o de junho. O recuo da ordem de 39% deveu-se à combinação de pelo três fatores principais, na avaliação de Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Dois deles até mesmo esperados: a maior restrição de liberação de licenças para importação por parte do governo da Argentina, principal mercado da indústria automobilística brasileira no exterior, e o fim da cota de 50 mil veículos sem imposto de importação prevista em acordo comercial com a Colômbia.
“E ainda tivemos problemas pontuais com a logística. Por conta ainda do desarranjo da cadeia mundial, dois ou três navios não partiram, os embarques foram atrasados para este mês”, acrescenta o dirigente, que, entretanto, segue ainda confiante de que as exportações colherão um dos melhores resultados dos últimos anos.
De certa forma, esse já é um quadro assegurado. De janeiro a setembro, as montadoras exportaram 364 mil veículos, 31,2% a mais do quem em igual período do ano passado. Em 2022 também já foram superadas as 343 mil unidades embarcadas nos primeiros nove meses de 2019, antes portanto da pandemia, e particularmente as 207 mil de 2020, ano em que o setor cravou seu pior resultado em duas décadas, com 324 mil veículos apenas ao longo dos doze meses.
A queda acentuada nos embarques refletiu praticamente na mesma proporção no faturamento do setor com a atividade. Em setembro, o valor apurado limitou-se a US$ 767 milhões, queda de 26,5% diante de agosto. No acumulado do ano, porém, os negócios com outros países já representaram US$ 7,6 bilhões, crescimento de 37,3% sobre os US$ 5,5 bilhões registrados nos primeiros nove meses de 2021.
Foto: Divulgação
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