Como medida para contribuir na descarbonização do setor de transporte rodoviário, parceria entre a Scania e Raízen providenciará a substituição do gás natural pelo biometano na operação da fábrica de veículos pesados em São Bernardo do Campo (SP) a partir de 2024.
Segundo a fabricante, contrato estabelece fornecimento médio de 7,8 mil m³ de biometano por dia, volume suficiente para suprir integralmente a necessidade da unidade. Atualmente, o gás natural na fábrica do ABC paulista é utilizado nos testes de caminhões a gás, na linha de pintura de cabines, nos veículos industriais, na geração de vapor, restaurantes e veículos própria da Logística Scania.
Pela estimativa da empresa, em conjunto com outras iniciativas, a utilização do biometano permitirá que a Scania supere a meta de redução de 75% da emissão de carbono na fábrica de São Bernardo até 2025.
De acordo com Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America, a empresa já vinha se preparando para substituir o gás natural com testes e análises de viabilidade. “A abertura do mercado livre de gás nos possibilitou um novo modelo de negócio. Depois de meses de negociações e aprendizados, finalmente fechamos esse acordo, que nos coloca em uma posição de pioneiros”, conta em nota.
No processo de decisão para migrar, time da Scania buscou na fábrica onde se encontravam os maiores vilões e como neutralizá-los. “Identificamos que a maior emissão de CO2 nas operações industriais é relacionada ao uso do gás e o biometano se mostrou uma solução”, lembra Debora Tanaka, gerente de projeto de sustentabilidade e coordenação de parcerias estratégicas da Scania Latin America.
O biometano é um gás natural renovável. No caso para o fornecimento para a Scania, será produzido a partir dos resíduos da cana-de-açúcar. Como substituto aos combustíveis de origem fóssil, o biometano tem potencial para reduzir mais de 90% das emissões diretas de gases de efeito estufa. No acordo, a Scania receberá moléculas de biometano diretamente da Raízen por meio de sistema de distribuição da Comgás que, por sua vez, fará estudo de viabilidade técnica e econômica.
A Scania estabeleceu seis Metas Ambientais Corporativas até 2025:
- energia elétrica livre de fósseis em 100% das operações até 2020 (meta atingida em 2016);
- redução de 50% das emissões de CO2 no fluxo logístico terrestre por tonelada transportada (meta atingida em 2021);
- reduzir 25% o uso de energia nas operações industriais;
- reduzir 50% a geração de resíduos não reciclados por unidade produzida (ou 25% em valores absolutos);
- reduzir 40% no uso de água por unidade produzida;
- reduzir 75% das emissões de CO2 das operações industriais.
“O uso de gás natural nas nossas operações representará em torno de 60% das emissões totais de 2022. Com a substituição por biometano, somada às demais iniciativas, conseguiremos atingir os objetivos estabelecidos de redução de emissões de CO2 até 2025. Trata-se, portanto, de mais um objetivo que iremos superar”, adianta Podgorski.
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Foto: Scania/Divulgação