A decisão do governo de zerar a alíquota de importação de pneus de carga em janeiro do ano passado provocou uma exploração no volume de venda dos produtos vindos de fora. Dados do Ministério da Economia fornecidos pela Anip, Associação Nacionl da Indústria de Pneus, mostram um crescimento de 275% no comparativo de janeiro a setembro de 2020 com o mesmo período deste ano.
Há dois anos, no acumulado de nove meses, foram comercializados 936.485 pneus de carga importados no mercado brasileiro. Esse volume subiu 124,8% no mesmo período de 2021, para 2.105.22o unidades, e teve nova alta, de 22,3%, este ano quando as vendas atingiram 2.574.355 unidades.
Esse quadro, segundo a Anip revelou esta semana ao solicita o fim da taxa zero de importação, está levando os fabricantes locais a reduzirem investimento, com riscos de desindustrialização do setor.
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Enquanto as importações crescem, a venda de pneus de carga produzidos no Brasil registra recuo de 8,3% no mercado de reposição este ano. Foram comercializadas 4.298.337 unidades de janeiro a setembro, ante as 4.697.433 do mesmo período de 2021. A Anip divulgou nesta quinta-feira, 27 o balanço da indústria nacional no mês passado e no acumulado do ano.
As vendas totais de pneus recuaram 6% em setembro em relação a agosto, “reflexo direto da queda de 9,6% nas vendas para montadoras e de 4,7% para o mercado de reposição”, desaca a entidade. A segunda maior retração ficou para o segmento de carga, com 5,3% de queda nas vendas totais e de 8,3% no afternarket, conforme citado acima.
O presidente da Anip, Klaus Curt Müller, prevê que o setor de pneus fechará o ano com crescimento próximo de zero: “Não sentimos recuperação das vendas e para agravar ainda mais a situação, estamos enfrentando o surto da importação de pneus de carga que, através de medida do governo, são beneficiados com a alíquota zero de imposto de importação”.
No acumulado de janeiro a setembro, a indústria brasileira de pneus teve crescimento insignificante de 0,2%, com 42,95 milhões de unidades vendidas, incluindo todos os segmentos de pneus, assim como venda para OEM e reposição. “Essa pequena variação é justificada por conta das vendas para as montadoras, que ainda não estão nos níveis anteriores à pandemia, mas seguem em trajetória de recuperação”, revela a entidade em seu relatório mensal.
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