Projeto é estimado em R$ 3 bilhões
A Bahia está muito próxima de voltar a abrigar uma montadora de veículos depois do fechamento da fábrica da Ford em 2021. Nesta sexta-feira, 28, o governo do Estado anunciou a assinatura de protocolo de intenções com a chinesa BYD, que hoje oferece no País automóveis elétricos importados em números marginais de mercado.
Segundo o governo baiano, a empresa pretende ter não uma, mas três fábricas para a produção de chassis de ônibus e caminhões elétricos, outra de carros de passeio elétricos e híbridos e uma para processamento lítio e ferro fosfato.
O projeto envolveria recursos da ordem de R$ 3 bilhões e, só no período de implantação, poderia gerar cerca de 1,2 mil empregos diretos, calculam as autoridades. Consultada, a BYD confirmou a assinatura do protocolo, mas ponderou que há pendências ainda em análise.
O acordo foi assinado na quinta-feira, 27, e prevê o início das obras para junho do ano que vem. Pelo cronograma, duas plantas devem entrar em operação em outubro de 2024 e a terceira em janeiro de 2025. A primeira seria dedicada ao processamento de lítio e ferro fosfato com insumos brasileiros e produção direcionada à exportação para a China.
A produção de veículos começaria também em outubro de 2024, com ônibus para as regiões Norte e Nordeste e caminhões elétricos. Já os primeiros carros de passeio movidos a eletricidade e híbridos estão na última etapa. A empresa também analisa importação de veículos acabados pelo porto de Salvador antes de começar a produzi-los localmente.
Assinaram o documento Rui Costa, governador da Bahia, os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, José Nunes Soares, e da Fazenda, Manoel Vitório, e Tyler Li, presidente da BYD do Brasil.
Para erguer as fábricas na Bahia a montadora contará com incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032. Os benefícios baseiam-se na Lei nº 7.537/99 que institui o Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (Proauto), e na Lei nº 7.980/2001 e Decreto n.º 8.205/2002, estaduais, que institui o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica (Desenvolve).
Dentre outras medidas, a BYD se compromete a treinar e capacitar mão de obra especializada e priorizar a contratação de empresas estabelecidas no Estado para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e à operação.
Desde 2015 no Brasil
A BYD chegou ao Brasil em 2015, quando inaugurou sua primeira fábrica de montagem de ônibus 100% elétricos em Campinas, SP. Em 2017, abriu uma segunda unidade na mesma cidade para a produção de módulos fotovoltaicos e em 2020 iniciou operação no Polo Industrial de Manaus (PIM), dedicada à fabricação de baterias de fosfato de ferro-lítio.
A empresa promete encerrar 2022 com 45 pontos de atendimento de seus veículos no território nacional ainda este ano. Para 2023, a ideia é ter 100 concessionárias e vender 13 mil automóveis e comerciais leves elétricos.
A linha de automóveis hoje é composta pelo furgão eT3 EV, o monovolume D1 EV, mais adequado a empresas de transportes, o TAN EV, SUV com sete lugares, e o sedã elétrico HAN EV. Em novembro chega o híbrido plug-in Song Plus DM-i Plus.
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