Após retomar a liderança do mercado brasileiro no ano passado, a Fiat segue firme este ano no primeiro lugar e com uma grande vantagem em relação aos 15 anos que ocupou essa posição a partir de 2001. Seu mix de produto mudou significativamente desde então, com a marca dependendo bem menos agora dos chamados carros populares, aqueles com margem bem mais apertada de revenda.

Manter-se na lidernça com lucro é a principal estratégia que norteia os trabalhos da empresa hoje, conforme palavras de Herlander Zola, vice-presidente sênior da Fiat para a América do Sul durante a apresentação do Pulse Abarth à imprensa especializada na última quinta-feira, 10.

O modelo, que chega ao mercado neste final de ano para reforçar a presença da Fiat na faixa de produtos com maior valor agregado, tem lançamento oficial na noite desta quinta-feira, 17..

“Em 2015, tínhamos 17,7% do mercado com 70% da nossa linha concentrada em modelos populares (hatchs e sedãs). Agora, em 2022, chegamos a uma participação de 21,9%, com os não populares – SUVS e picapes – respondendo por 60% dos nossos negócios”, destaca Zola. O objetivo para 2023 é elevar esse índice para 65% e reduzir a fatia dos populares (Mobi, Cronos e Argo) para apenas 35%.

E o trabalho de reforçar presença nas faixas superiores do mercado “está só começando”, garante o executivo. A ideia não é abandonar os produtos mais acessíveis, aqueles que marcaram a história da marca no Brasil e no mundo, mas sim buscar um equilíbrio que garanta uma operação rentável com volume compativel com a liderança do mercado.

Durante a apresentação do Pulse Abarth, Zola chegou a falar em mais uma década de liderança no Brasil. Explicou, depois, que a questão não é por quantos anos a empresa ocupará o primeiro lugar, mas a qualidade das suas operações locais enquanto se mantiver no primeiro lugar.

A Fiat foi uma das últimas marcas com operação local a investir no segmento de SUVs, o que mais cresce no País e no mundo. O Pulse, no entanto, chegou com força e atraiu um novo perfil de comprador para a marca, assim como o SUV-cupê Fastback e também a picape Toro, modelo pioneiro na nova fase da companhia no Brasil.

Tudo indica, inclusive, que seus próximos lançamentos vão se contencentrar em modelos da parte alta da pirâmide, justamente aqueles que vão garantir rentabilidade adequada para que a renovação do portfólio seja mantida nos próximos anos.

A menor dificuldade nas linhas produtivas – com fluxo maior de recebimento de semicondutores do que os concorrentes locais-, é apresentada por Zola como importante fator que vem garantindo a liderança da marca no mercado brasileiro.

Segundo ele, a Stellantis soube administrar a falta de componentes que perdura desde o ano passado, garantindo um om ritmos de produção da maioria dos seus modelos.


Foto: Divulgação/Fiat

Alzira Rodrigues
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