Enquanto montadoras e concessionárias resistem em admitir retração no movimento do varejo automotivo brasileiro, sob a alegação de que a falta de produtos descorrente da escassez de chips no primeiro semestre ainda dificulta essa anáise, o presidente da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, Marco Aurélio Nazaré, foi bem claro ao explicar os motivos de as compras do setor estarem em franca expansão:

“O alto valor dos carros reduziu o consumo no varejo e, com isso, conseguimos ampliar nossas compras neste segundo semestre”, comentou o executivo, informando que ante os tradicionais 20% de participação das locadoras nas vendas das montadoras, o índice está em 35% atualmente.

As locadoras vão fechar o ano com crecimento de 30% em suas compras, que devem chegar a 575 mil veículos – dos quais 110 mil a 120 serão adquiridos entre novembro e dezembro. No ano passado foram compras 441 mil unidades e, em 2020, apenas 360 mil. O total de 2022 vai superar o de 2019 (541 mil veículos), antes, portanto, da pandemia.

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Os números foram divulgados durante a abertura da 17ª edição do Fórum Internacional do Setor de Locação de Veículos, que ocorre esta terça-feira, 22 e quarta-feira, 23, no Transamérica, em São Paulo.

“No quadrimestre de julho a outubro compramos 233.540 veículos e, no acumulado de dez meses, atingimos 457.410, volume 3,5% superior ao de 2021 inteiro. Nossa frota, até outubro, cresceu 20,8% no comparativo com dezembro de 2021, atingindo 1.373.407 automóveis e comerciais leves registrados em nome de locadoras, contra 1.136.517 unidades ao final do ano passado”, informou o presidnete.

Segundo  Nazaré, o prazo de entrega  – que chegou a 180 dias no auge da pandemia – está atualmete em 30 dias, o que é o normal. “A produção das montadoras ainda não está totalmente normalizada. Com isso, ainda temos dificuldade para adquiria carros de entrada, que não os mais procurados na locação”.

Sobre 2023, a Abla acredita que seguirão aquecidas as demandas associadas à terceirização de frotas e também por carros por carro por assinatura, que este ano cresceu 16,4%. “A participação do carro por assinatura deve dobrar no médio prazo, já que, apesar de ser uma modalidade recente, veio para ficar”.


Foto: Divulgação/Abla

Alzira Rodrigues
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