A Baterias Moura se prepara para mais um salto em capacidades com nova unidade de metalurgia para reciclagem de metais. Prevista para iniciar atividades em dezembro de 2023, a operação dobrará a produção de baterias recicladas da empresa, como também dará sustentação a novos negócios na área de armazenamento de energia.
A fabricante de Belo Jardim (PE) aplica R$ 600 milhões na unidade que fortalecerá o ciclo de logística reversa da empresa. Responsável por 60% na composição de custo da bateria, o chumbo segue tendência de ficar cada vez mais raro de ser obtido, além de altamente tóxico se descartado da maneira errada.
Garantir o retorno da bateria à origem de produção, portanto, também faz parte da sobrevivência do negócio. Em torno de 70% do chumbo utilizado pela Moura são provenientes da reciclagem. De cada uma bateria nova, outra usada retorna.
Com a nova unidade, a Moura ampliará sua produção para 274 mil toneladas de baterias recicladas, o dobro da atual. Flávio Bruno, diretor de metais e sustentabilidade da companhia, a operação proporcionar ainda separação de mais materiais.
“Hoje, basicamente reutilizamos chumbo e plástico, o que já evita o descarte de 100 mil baterias por ano. Com a nova operação a quebra da bateria proporcionará mais ligas metálicas, chegando a oito materiais a serem reaproveitados. Não há como considerar produção de baterias sem ter processo de reciclagem.”
O executivo adianta ainda que em paralelo à nova unidade, uma segunda fábrica será responsável na reciclagem do ácido, um avanço em relação ao que se faz hoje, de somente neutralizá-lo para reaproveitamento da água.
As futuras instalações para reciclagem de metais também chegarão para suportar novo negócio da Moura, os chamados BESS, do inglês Battery Energy Storage System. Como o próprio define, o sistema se destina para armazenamento e fornecimento de energia. Centenas baterias instaladas no interior de contêineres podem ser alimentadas pela rede elétrica, células fotovoltaicas ou mesmo por solução eólica.
A Moura já conquistou 10 clientes, dentre eles a Compesa, a companhia de saneamento de Pernambuco, que usará o BESS para bombeamento de água. Em 2023, a fabricante espera mais 20 pedidos.
“O sistema é flexível tanto na aplicação quanto no dimensionamento, além de permitir redução no custo operacional ao proporcionar o uso da energia armazenada nos horários de pico, quando mais cara”, observa Antonio Júnior, diretor geral da Moura. “A solução também oferece mais qualidade, pois garante nivelamento e estabilidade da carga energia.”
Para o executivo, o BESS também se apresenta como uma opção viável para as estações de carregamento de veículos elétrico. “Não vejo lógica em eletropostos ligados exclusivamente à rede elétrica.”
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Foto: Moura/Divulgação
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