Depois de um 2021 catastrófico, com fábricas paradas por mais de cinco meses, queda para a terceira colocação depois de cinco anos consecuctivos na liderança do mercado brasileiro, a General Motors encerra 2022 em franca recuperação.
Enquanto as vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 1,4% de janeiro a novembro, a montadora colheu avanço de 24%, contra queda de 1,3% da primeira colocada Fiat e de 14% da Volkswagen. Com 258,9 mil veículos Chevrolet licenciados, a GM deteve 14,7% de participação, ganhou 3 pontos porcentuais sobre igual período do ano passado e roubou a segundo posição da Volkswagen.
A diferença para a Fiat, que voltou ao topo exatamente em 2021, ainda é grande, são 7,4 pontos porcentuais. Mesmo assim, sensivelmente menor do que os 10,5 pontos de um ano atrás. Contribuíram para essa reversão sobretudo a melhora na oferta e na gestão dos componentes ao longo dos últimos meses.
Com mais chips e autopeças nas fábricas, a montadora conseguiu colocar na rede de concessionárias os veículos em atraso e, mais, fazer com que seus principais produtos sejam ofertados quase na medida da demanda. Um exemplo é o Tracker, SUV fabricado em São Caetano do Sul, SP, que pode encerrar o ano na ponta do maior segmento do mercado interno de automóveis pela primeira vez.
Se no ano passado o modelo ficou na 5ª colocação no ranking de SUVs, após os primeiros onze meses de 2022 ele é líder, com 62,5 mil unidades vendidas. Esse volume representa um salto de 46% sobre os licenciamentos acumulado em igual período do ano passado.
O segmento de SUVs, na média, avançou menos de 4%, ainda que tenha contabilizado a maioria dos lançamentos e atualizações de produtos do mercado interno no último ano.
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Modelo Chevrolet mais prejudicado pela falta de componentes em 2021, o hatch Onix, que durante anos foi o carro mais vendido do Brasil, ainda não reconquistou a posição, mas já aparece como segundo mais negociado após os onze meses de 2022. Em 2021, ficou somente na 5ª posição.
Das 14 categorias de veículos definidas pela Fenabrave e que têm números de vendas relevantes, a Chevrolet está na frente de quatro, perde apenas para a líder Fiat, que pontua cinco delas, mas três de comerciais leves.
Considerados somente os automóveis de passeio, a GM voltou à liderança no acumulado até novembro, com 16,6% de participação, ante 15,4% da Fiat e 14,9% da Volkwagen. Em um ano a então líder VW perdeu quase 2,5 pontos porcentuais, a segunda colocada Fiat ficou estacionada e a GM avançou 4,2 pontos.
A Chevrolet só não encostou ainda mais na Fiat no ranking geral devido à restrita oferta de veículos comerciais. Essa deficiência, porém, começa a ser atenuada a partir da chegada da Nova Montana, recém-lançada, teve 2 mil unidades negociadas em poucas horas na pré-venda, mas que estará nas revendas em quantidade significativa somente no primeiro bimestre de 2023.
Adversária declarada da Fiat Toro e da Renault Oroch, um segmento inédito para a Chevrolet, a picape é a maior aposta da GM para alçar voos mais altos nas vendas de curto prazo. Por conta de sua chegada, a GM já projeta aumentar a produção em São Caetano do Sul, SP, em 15% em 2023.
Foto: Divulgação
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