O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, aproveitou a coletiva de divulgação do balanço da indústria automotiva em 2022 para divulgar agenda prioritária que o setor encaminhou ao novo governo brasileiro. A entidade mostrou-se conservadora sobre os números deste ano, estimando pequenos crescimentos na produção e nas vendas internas de, respectivamente, 2,2% e 3%.
De janeiro a dezembro do ano passado saíram das linhas de montagem 2,37 milhões de veículos, o que representou alta de 5,4% sobre o ano anterior. Com a pequena expansão prevista para 2023, a meta é chegar a 2,42 milhões. As vendas internas, que retraíram apenas 0,7% em 2022, devem chegar a 2,17 milhões este ano.
“Espero que estejamos equivocados e venhamos a fazer revisão das projeções ao longo do ano”, comentou Leite. “Espero, inclusive, dizer que erramos muito e que possamos voltar ao mercado interno da ordem de 2,8 milhões de emplacamentos conquistado em 2019”.
Sobre a agenda prioritária entregue ao governo, os principais pontos são reindustrialização e fortalecimento da cadeia de suprimeentos, descarbonização (eletrificação, biocombustíveis, gás), renovação da frota e inspeção veicular, mobilidade e investimento em infraestrutura, estímulo à P&D, retomada da venda a prazo, redução do custo Brasil, redução do custo tributário, apoio ao agricultor, promoção às exportações, novos acordos comerciais e previsibilidade.
O presidente da Anfavea revelou que membros da entidade já se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do MDIC, Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Não entrou em detalhes sobre as propostas apresentadas, mas disse estar confiante quanto ao encaminhamentos de algumas reformas, dentre as quais a tributária.
Márcio Leite disse que a princípio vê com bons olhos a volta do MDIC e elogiou a escolha de Alckmin para a pasta pelas suas qualidades e pelo seu conhccimento da indústria. Disse, ainda, que temas como a reindustrialização e a descarbonização impõem desafios e oportunidades que precisam ser debatidos com urgência.
“Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”, destacou o executivo.
Por causa da crise dos semicondutores, o Brasil deixou de fabricar 250 mil veículos este ano, ou seja, a produção poderia ter sido superior à registrada no acumulado até dezembro.
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Saíram das linhas de montagem em dezembro perto de 191,5 mil unidades, volume inferior ao de novembro em função das férias coletivas da virada do ano e das paralisações em dias de jogos da seleção brasileira. Já o mercado interno registrou 216,9 mil emplacamentos, o melhor resultado do ano.
Foto: Divulgação/Anfavea
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