Expectativa é de recuo de 2,9% ante 2022, quando 481 mil veículos foram vendidos no exterior
Depois da sensível recuperação das exportações de veículos em 2022, a Anfavea mostra-se conservadora, para não dizer pessimista, ao projetar o desempenho neste ano. Nesta sexta-feira, 6, Márcio Leite, presidente da entidade que reúne as montadoras, estimou recuo de 2,9% nos embarques em 2023, para cerca de 467 mil unidades.
No ano passado, 481 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus passaram pelas fronteiras brasileiras rumo ao exterior, particularmente países da América Latina. O resultado superou em 27,8% o total contabilizado em 2021 e ficou acima até mesmo de 2019, período pré-pandemia, quando o País exportou 434 mil veículos.
Na análise do dirigente, o segmento de veículos pesados — caminhões e ônibus — passará por recuo mais acentuado este ano. O decréscimo, calcula, será da ordem 8,7%, limitando os embarques a 28 mil unidades, enquanto em 2022 foram 31 mil.
Responsáveis pela maioria das exportações em números absolutos, automóveis e comerciais leves podem cair 2,5%, para 439 mil unidades, ante as 450 mil registradas no ano passado e que representaram evolução de 28,9% sobre 2021.
Boa parte desse esperado desempenho negativo nas exportações Leite credita ao ainda maior mercado dos veículos brasileiros no exterior. “A Argentina é um sinal amarelo, especialmente devido aos últimos meses de 2022, um período de quedas.”
O mercado argentino debilitado, pondera o presidente da Anfavea, pode representar dificuldades para as fabricantes brasileiras também no médio prazo. “As matrizes levam em conta o potencial de uma operação não somente pelo mercado interno. Sempre apresentamos planos considerando a Argentina, onde também produzimos”, enfatiza Leite.
Os números do ano passado já foram prejudicados pelo tímido desempenho das compras argentinas, que acumularam 139 mil unidades, apenas 5% a mais do que em igual período do ano passado. Com isso, a partipação do país vizinho no volume embarcado — historicamente com fatias muito maiores — caiu de 35% em 2021 para 29%.
México, Colômbia e Chile compraram, respectivamente, 86 mil, 77 mil e 57 mil unidades e foram os destaques positivos na atividade. Os dois países sul-americanos cresceram suas participações para 16% e 12%, nesta ordem. A Colômbia comprou perto de 38% a mais com relação a 2021, enquanto os embarques para o Chile avançaram robustos 50%.
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