Números  da produção de pesados no ano passado consolidados pela Anfavea revelam que, apesar da escassez de semicondutores, a indústria soube administrar o gargalo para encerrar o período com resultados positivos.

De acordo com os dados da associação da fabricantes apresentados na sexta-feira, 6, saíram das linhas de montagem no ano passado, 161,8 mil caminhões, volume 1,9% superior ao acumulado de 2021, de 158,8 mil unidades. Somente em dezembro, foram 14,1 mil, 16% acima do anotado um ano antes, de 12,4 mil caminhões.

O segmento de ônibus, o mais prejudicado pela pandemia da Covid-19, após dois anos de lenta recuperação, finalmente encerrou o ano com volume acima do obtido antes da crise sanitária.

Nos doze meses de 2022, a produção de chassi acumulou 31,6 mil unidades, alta de 67,7% em relação ao apurado em 2021, de 18,8 mil. Cabe registrar que o acumulado de 2019 foi de 27,7 mil chassis.

“Foi um ano muito desafiador para a produção e logística. Nunca tinha presenciado nada igual, especialmente no primeiro semestre, quando diversas marcas suspenderam produção pela falta de semicondutores”, contou Gustava Bonini, vice-presidente da Anfavea, durante apresentação do balanço do setor automotivo. “Hoje, ainda não é um passeio no parque, mas as condições melhoraram.”

Anfavea projeta produção de pesados menor em 2023

Apesar de tons mais suaves no cenário do desabastecimento de componentes, a Anfavea trabalha com expectativa de queda na produção de pesados em 2023. A primeira projeção do ano feita pela associação é de um recuo em torno de 20%, para 154 mil caminhões e ônibus.

Segundo Bonini, a perspectiva menor é baseada no histórico das mudanças de fase da legislação do Proconve. Em ocasiões anteriores, para se proteger de inevitáveis aumentos de preço, o transportador antecipava eventual renovação de frota nos meses anteriores à entrada em vigor da nova regulamentação, o que reduzia a demanda para o período seguinte.

“Desta vez não conseguimos identificar nos números, mas é bem capaz de ter ocorrido antecipação de compras. Depois há um horizonte de juros altos e dificuldade de crédito”, justificou.

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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Décio Costa
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