Mais uma vez, os utilitários esportivos foram as grandes estrelas do mercado brasileiro de veículos e encerraram um ano em alta. Com mais de 691 mil licenciamentos, a categoria representou por 43,8% de todos os automóveis de passeio vendidos em 2022(1,57 milhão) e acima de 35% quando considerados também os comerciais leves (1,95 milhão).
São as maiores participações alcançadas pelos SUVs no País em toda a história do setor, segundo números da Fenabrave. O recorde anterior sobre o mercado de carros de passeio era de 2021. Naquele ano, a categoria protagonizu salto de 32,7% de 2020 para 42,9%.
O crescimento da oferta e da preferência dos consumidores desses modelos replicam em boa medida o comportamento de outros grandes polos de consumidores de veículos nos últimos anos. Há exatamente uma década, em 2012, os SUVs compunham somente o quarto maior segmento, com 8,9% dos licenciamentos.
Naquele ano, o mercado era liderado tranquilamente por carros de entrada — os mais baratos, portanto —, com 31% dos licenciamentos, seguidos pelos hatches pequenos e sedãs pequenos que, respectivamente, responderam por 20% e 14% das vendas.
Um perfil totalmente diverso do atual mercado. Os carros de passeio mais baratos, principal filão das montadoras ao longo de mais de duas décadas, encerraram 2022 com fatia de somente 12,9% dos licenciamentos, o terceiro maior volume. Foram superados pelos hatches pequenos (22,2%). As categorias de sedãs compactos e pequenos acumularam, cada uma, menos de 8% dos emplacamentos.
Se carros de entrada, hatches e sedãs compactos e pequenos viram suas vendas encolherem muito, outros segmentos podem ser considerados extintos. Das treze categorias relacionadas pela entidade que congrega as conssionárais de veículos, sete delas têm menos de 1% dos emplacamentos.
Duas constam, na verdade, apenas por um “capricho” histórico. As station wagons grandes e pequenas acumularam conjuntamente 50 unidades negociadas — sim 50! —, sendo 37 de um único modelo da Audi, naturalmente importado.
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