Se os preços dos automóveis elétricos seguem nas alturas e uma redução sensível de valores pode ainda demandar vários anos, encontrar alternativas mais viáveis para a mobilidade elétrica é um desafio diário para as montadoras. Nem que para isso necessitem ampliar até mesmo seu espectro de atuação e de serviços.
Um dos projetos em avançado estágio de aceleração da eletrificação das frotas de veículos tem sido encaminhado aqui no Brasil e leva a assinatura da Stellantis, do Senai e das parceiras Weg e FuelTech. Não se trata de um novo veículo ou tecnologia, mas de conversão de veículos originalmente a combustão para a propulsão elétrica.
“A proposta é oferecer mobilidade sustentável e assegurar qualidade na conversão de veículos como equipamento original de fábrica, garantindo segurança, durabilidade e homologação”, afirma a montadora.
O trabalho, iniciado no ano passado, tem uma primeira etapa concentrada em veículos comerciais leves e beneficiará profissionais e atividades que demandam deslocamentos urbanos diários de até 100 km. As primeiras conversões envolvem os utilitários Fiat Fiorino e Peugeot Partner Rapid.
O processo implica a remoção do powertrain a combustão e a instalação de um kit de conversão, além de um conjunto de baterias no compartimento de carga, o que evita custos com adaptação da estrutura do veículo.
A Stellantis já se prepara para iniciar os testes dinâmicos em vias públicas, quando serão coletados dados para avaliação e eventuais ajustes dos parâmetros técnicos. Os utilitários serão fornecidos a partir de abril para empresas selecionadas.
“A Stellantis está na corrida para construir um negócio sustentável e lucrativo que promova a economia circular nos mercados em que operamos ”, afirma Breno Kamei, diretor dos Programas e Planejamento de Produtos da Stellantis para a América do Sul, que admite que a ideia é futuramente expandir o serviço para outros segmentos e perfis de clientes.
LEIA MAIS
→ Stellantis cria empresa para se dedicar aos dados de veículos conectados
→ Stellantis faz florescer a região de Goiana
O projeto brasileiro de conversão de motores a combustão interna para a propulsão elétrica tem similar na Europa. Lá a Stellantis se uniu à empresa de tecnologia Qinomic para permitir que veículos a gasolina ou diesel, hoje impedidos de circular em zonas de baixas emissões (LEZ), tenham seu uso prolongado.
Do sucesso do desenvolvimento, afirma a Stellantis, resultará a comercialização do serviço de conversão a partir de 2024, primeiro na França e depois em toda a Europa.
Foto: Divulgação