Marca registrou em 2022 sua melhor participação dos últimos dez anos e busca se posicionar melhor na maior e mais cobiçada fatia do mercado
A fábrica da Iveco em Sete Lagoas (MG) mudou a chave de produção dos veículos Proconve P7 para o P8 sem as tradicionais férias coletivas de fim de ano. Com o início da programação para os novos caminhões ajustados às normas equivalentes ao Euro 6, entrou em linha o S-Way, inédito produto no País com a missão de fazer a marca brilhar na categoria de pesados, o principal motor de vendas do mercado brasileiro.
“Apostamos alto no S-Way. Com ele esperamos crescer no segmento de pesados em um momento no qual a marca colhe bons frutos de um trabalho de reestruturação feito nos últimos anos”, conta Ricardo Barion, diretor comercial da Iveco.
O S-Way é definido pela marca com o mais tecnológico do seu portfólio da e chega com argumento de proporcionar ao menos 15% economia em relação aos pesados anteriores da fabricante. O caminhão eleva o padrão de oferta da Iveco para disputar em pé de igualdade tradicionais concorrentes do segmento.
Produção dos primeiros seis meses do S-Way já está negociada
Barion não esconde que tem um desafio grande pela frente. No ano passado, a Iveco respondeu com 4% das vendas de pesados, em torno de 2,5 mil unidades, em uma seara que representou 51% do total de licenciamentos de caminhões, de 126,6 mil. Em 2022, enquanto as vendas na categoria recuaram 1,7%, para 65 mil unidades, as da fabricante no segmento caíram quase 18%.
“Temos produto para ganhar pontos e pedidos em carteira. Diria que os primeiros seis meses de produção do S-Way já estão vendidos”, revela o diretor, adiantando que enviará o primeiro lote para demonstrações e, em seguida, as primeiras entregas aos transportadores.
A busca por mais pontos na categoria será reforço na trajetória de desempenho que a marca tem registrado. Somente no ano passado e de acordo com análise de segmentação da fabricante, a Iveco fechou o período com participação de 9,3% nas vendas de caminhões, a maior dos últimos dez anos.
Pelas contas, a Iveco inclui no total das vendas os modelos de até 3,5 toneladas, o que resultou em um mercado de 147 mil unidades. Por esse prisma, a marca cresceu 11%, enquanto os licenciamentos caíram 3%.
Perspectiva para 2023 é de queda nas vendas de caminhões entre 5% e 10%
Embora os resultados sejam favoráveis e as expectativas otimistas de Barion na busca por mais participação em pesados, há um sinal de atenção no horizonte. O diretor trabalha com a perspectiva de queda de 5% a 10% no total das vendas de caminhões em 2023.
“Como nas ocasiões anteriores, é natural o mercado retrair com a mudança de fase do Proconve. Mas há outros fatores que pesam muito para o setor no momento: inflação alta, taxas elevadas de financiamento e aumento de custos. O diesel é um exemplo, com reajustes desproporcionais. O transportador ficou sem capital de giro”, observa o diretor.
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Fotos: Iveco/ Gaspar Nóbrega/Divulgação
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