Anip aponta importação para veículos pesados como principal fator para o recuo
As fabricantes de pneus negociaram 56,6 milhões de unidades no mercado interno em 2022. O volume representou praticamente estabilidade com relação ao ano anterior, com oscilação negativa de apenas 0,2%.
O desempenho variou bastante entre os principais segmentos. Enquanto o mercado de pneus para carros de passeio avançou 2,5% e o de comerciais leves cresceu ainda mais, 4,5%, o de veículos de carga recuou 6,5%, assim como o de motocicletas, que encolheu 4,5%.
Segundo a Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, representante de 11 empresas, o setor foi impactado pela alíquota zero para importação de pneus para veículos de carga, medida adotada pelo Governo Federal em 2021.
“A medida tributária que beneficiou a importação foi a principal responsável pelo fraco desempenho da indústria”, afirma a entidade, que contabilizou 7,4 milhões de pneus negociados nesse segmento no ano passado.
A balança comercial do setor registrou déficit de US$ 113,6 milhões em 2022. Em 2020, o resultado foi superávit de US$ 190,7 milhões contra déficit de US$ 37,9 milhões de 2021. Se contabilizadas as unidades, o acumulado do ano apresentou déficit de 20,1 milhões de unidades.
Klaus Curt Müller, presidente executivo da Anip, qualifica o aumento da importação de pneus de carga como desenfreado e diz que os efeitos preocupam a indústria de pneumáticos e a cadeia produtiva de borracha natural e de aço, que, assegura, também já sentem a frenagem nas vendas e o consequente aumento dos estoques.
“O setor já iniciou as tratativas para diálogo com o novo governo a fim de rever essa desacertada medida que prejudica a indústria de pneus no Brasil e que coloca em risco toda a cadeia produtiva”, disse Müller.
Os negócios para o mercado de reposição foram os mais afetados. As vendas para veículos pesados caíram 11,7% nesse segmento em 2022. Por outro lado, o fornecimento direto às montadoras de caminhões avançou 10,6%.
O comércio de pneus de passeio chegou a 30,3 milhões de unidades. Para as montadoras, alta de 7,2%, enquanto as vendas de reposição avançaram apenas 0,6% no período. As montadoras também foram responsáveis pelo crescimento para comerciais leves: consumiram 12,2%. A reposição ficou estagnada.
A indústria e o mercado de motocicletas continuam demandando menos pneus. Depois de registrarem queda de 5,2% em 2021, as vendas totais retraíram 4,9% no ano passado, somando 9,1 milhões de unidades.
Foto: Divulgação
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